Petrobras reduz preço da gasolina em meio centavo nas refinarias

Novo valor vigora a partir de amanhã, mas estatal não garante repasse para o consumidor

Combustível na Venezuela - Ministério da Comunicação da Venezuela

O preço do litro da gasolina nas refinarias foi reduzido em R$ 0,05. O anúncio foi feito hoje (11), no Rio de Janeiro, pela Petrobras. O novo valor passa a vigorar a partir deste sábado (12), devendo ficar em R$ 2,53 por litro de gasolina vendido nas refinarias. O preço praticado nos postos dependerá de cada estabelecimento repassar ou não a redução, o que pode não ocorrer devido à redução insignificante.

O combustível tem aumentado três meses por mês, gerando uma escalada inflacionária em toda a cadeia produtiva. Os valores cobrados nas refinarias dependem dos preços e oferta no mercado internacional e da taxa de câmbio, devido à mudança na política de preços, desde o golpe de 2016.

Assim que Michel Temer assumiu o governo, após o golpe contra Dilma, Pedro Parente foi indicado à presidência da Petrobras, que implanta o que chama de “nova política de preços da Petrobras”, a intitulada “Paridade de Preços Internacionais”, a PPI. Antes, essa política não era praticada porque a Petrobras tinha refinarias próprias que garantiam fornecimento de gasolina nacional, sem a variação cambial internacional.

Esse ‘novo’ conceito, na prática, adota uma política de preços de curto prazo, submetida às especulações financeiras sobre o preço do petróleo e do dólar no mercado internacional, fazendo repercutir, de forma automática, em toda a economia nacional, a volatilidade e incertezas do mercado global. A sociedade brasileira é penalizada para maximizar dividendos no curto prazo aos acionistas minoritários.

Agora, sob gestão do mercado, a empresa explica a redução de meio centavo no preço para “beneficiar” a população. “Importante reforçar o posicionamento da Petrobras que busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais. Nossos preços seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”.

A Petrobras frisou que os preços de combustíveis e suas variações para mais ou para menos – associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio – têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais.

Liberdade de preços

“Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis” informou a empresa.

O preço médio do litro da gasolina no país, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi de R$ 5,65, no dia 23 de maio, último dado disponível. Na cidade do Rio, o valor médio da gasolina está em R$ 6,16. Em São Paulo, R$ 5,45. E, em Brasília, R$ 5,79. No início do ano, o litro da gasolina era vendido, em média, a R$ 4,62 no país.

Com informações da Agência Brasil

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