Diante da crise, Ministério da Saúde prioriza uso da cloroquina no AM

Ex-secretário da Saúde no Amazonas Marcellus Campelo também disse na CPI que o primeiro contato com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para alerta sobre a falta de oxigênio na rede hospitalar do Estado foi feito no dia 7 de janeiro. Pazuello disse que recebeu o primeiro comunicado no dia 10.

(Foto: Reprodução)

O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campelo disse aos senadores da CPI da Covid nesta terça-feira (15) que ao Amazonas pediu ao governo federal, no dia 31 de dezembro de 2020, o envio de policiais da Força Nacional, recursos humanos e medicamentos para socorrer no combate à pandemia no Estado. Quatro dias depois chegou a Manaus a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayara Pinheiro, que focou suas ações na apresentação do TrateCov, aplicativo que recomenda o uso de cloroquina para o tratamento contra o novo coronavírus.

 “Vimos uma ênfase da doutora Mayara em relação ao tratamento precoce e disponibilização do novo sistema Trate-Cov. A doutora deu ênfase na atenção primária de responsabilidade das prefeituras. Acabava de assumir uma nova gestão na saúde na prefeitura de Manaus com falta de medicamentos e unidades fechadas”, explicou.

De acordo com o ex-secretário, a chegada de Mayara Pinheiro em Manaus era para verificar as demandas, mas o que aconteceu foi uma reunião no auditório do Hospital Delphina Aziz, inclusive com a participação do governador Wilson Lima (PSC), para apresentar o Trate-Cov.

Falta de oxigênio

O depoimento dele também contradiz o que disse na CPI o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre o aviso da falta de oxigênio na rede hospitalar do Estado. O ex-ministro disse que só foi avisado da crise no dia 10 de janeiro de 2021. Campelo informou que o primeiro contato, por telefone, com Pazuello para tratar sobre o assunto foi no dia 7 de janeiro.

Também enviou ofício ao Comando Militar da Amazônia (CMA) no dia 9 de janeiro e voltou a acionar o governo federal nos dias 10 e 11 de janeiro para pedir apoio logístico. Campello informou que desde 7 de janeiro já havia alerta da White Martins sobre a falta de oxigênio em Manaus, que colapsou pouco mais de um mês depois.

“O que precisávamos saber está posto pelo senhor Marcellus Campelo: o governo federal foi avisado da iminente falta de oxigênio no Amazonas. E não agiu!”, disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

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