Queiroga, Pazuello e Ernesto passam a ser investigados pela CPI da Covid

Relator da CPI, Renan Calheiros, disse que a CPI “tem feito sua parte” e que os critérios para tornar essas pessoas em investigadas é o fato “de já terem prestado depoimento à CPI” e que não vão entrar em conflito com aqueles que não colaboraram ainda com a comissão

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), divulgou nesta sexta-feira (18), uma primeira lista de testemunhas que serão investigadas pela comissão. Entre eles o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga. O ex-chefe da comunicação do governo, Fábio Wajngarten, as médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi e o ex-chanceler Ernesto Araújo.

Também constam na lista de investigados: o ex-assessor do Ministério da Saúde Elcio Franco, o conselheiro do presidente Arthur Weintraub, o empresário Carlos Wizard, Franciele Fantinato, Helio Neto, Marcellus Campelo, Paulo Marinho Zanotto e Luciano Dias Azevedo.

Em coletiva na manhã desta sexta-feira (18), Renan Calheiros disse que a CPI “tem feito sua parte” e que os critérios para tornar essas pessoas em investigadas é o fato “de já terem prestado depoimento à CPI” e que não vão entrar em conflito com aqueles que não colaboraram ainda com a comissão.

Renan disse que Weintraub e Wizard estão “tentando driblar os prazos da CPI” com uma espécie de “turismo de impunidade”. “Não vamos concordar que essas coisas aconteçam”.

Nesta quinta-feira (17), em uma transmissão online, Jair Bolsonaro voltou a criticar a vacinação e a defender a imunização de rebanho. Renan Calheiros reagiu à fala do presidente: “Diante da absolutamente irresponsabilidade do chefe de governo e tudo que havia dito sobre a defesa da imunização natural,  usando ele próprio como exemplo desse crime, desdenhou das vacinas e disse, querendo enganar a população, que a contaminação tem mais eficácia que a vacina. Não podemos concordar. Essa CPI já produziu reflexos e resultados e entre eles o avanço do calendário da vacinação. Demonstramos que o governo sempre recusou vacinas e colocou em seu lugar o tratamento precoce”, disse.

Membros do colegiado levantaram o sigilo de quase dois mil documentos entregues à comissão e pediram ajuda da imprensa e da sociedade civil para poder organizar e verificar as denúncias. De acordo com Randolfe, o levantamento do sigilo é para dar ainda mais clareza aos trabalhos da CPI.

Segundo os senadores, os documentos mostram que houve enriquecimento de laboratórios produtores de medicamentos do chamado”kit covid” e direcionamento de verbas federais para propaganda desses fármacos.

Randolfe citou ainda que a investigação abrange indícios de homicídio, omissão do governo federal, desvio de função, de verbas e criação de ministério paralelo.

“Existiu um gabinete paralelo, só que a CPI entrou em uma terceira fase. Pensávamos que era somente negacionismo, mas estamos descobrindo que houve um cumpliciamento entre agentes privados e públicos para favorecimento de empresas”, apontou Randolfe.

Cloroquina

Renan Calheiros disse que o colegiado teve acesso a uma troca de e-mails entre o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o diretor-presidente da OMS, Tedros Adhanom, em que o chefe da pasta cobrou agilidade no fornecimento da vacina após o ministério ignorar e-mails da Pfizer.

“Queiroga, teve participação pífia, ridícula no primeiro depoimento da CPI. Quando tentou dizer que teria autonomia, os fatos demonstraram o contrário. Ele defendeu vacinação e o presidente no dia seguinte disse que encomendaria um decreto para minimização da utilização das máscaras. O lote de vacinas comandado por ele é 20% mais caro que a anterior, em abril acessamos documentos em que ele em conversa com o presidente da OMS, cobra agilidade no fornecimento das vacinas e leva um puxão de orelha ao dizer que não dá mais para ajudar como teriam ajudado anteriormente. Queiroga defendeu em abril tratamento precoce e prescrição da cloroquina e mentiu que tinha tido eficácia de 70% no Brasil”, disse.

Redes sociais

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues, apresentou requerimento para comparecimento de representantes de redes sociais Facebook e YouTube para prestar esclarecimentos sobre conteúdo divulgado pelo presidente Jair Bolsonaro nas plataformas.

Fonte: Congresso Em Foco

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