Covid: Após 500 mil mortes, fundações falam em “barrar genocida”

Segundo organizações, é necessário unir todos aqueles “que têm compromisso com a vida”, a fim de “iniciar um período de reconstrução nacional”

Dez fundações partidárias lançaram nota neste sábado (19) para lamentar as “500 mil vidas ceifadas” no Brasil em decorrência do novo coronavírus e também do bolsonarismo. O texto é assinado por Fundação Astrojildo Pereira, Fundação João Mangabeira, Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini, Fundação Maurício Grabois, Fundação da Ordem Social, Fundação Perseu Abramo, Fundação Rede Brasil Sustentável, Fundação Verde Hebert Daniel e Instituto Cláudio Campos.

Segundo essas organizações, é necessário unir todos aqueles “que têm compromisso com a vida”, a fim de “barrar essa tragédia e esse genocida e assim iniciar um período de reconstrução nacional”. As fundações elogiam as mobilizações populares pelo #ForaBolsonaro, como as de 29 de maio (29M) e 19 de junho (19J). “É um dia de luto. Mas também de luta. O povo volta a ocupar as ruas”, aponta o texto.

Confira abaixo a íntegra da nota:

500 mil vidas ceifadas

500 mil vidas ceifadas pela Covid-19. Nossa solidariedade às 500 mil famílias que perderam seus entes queridos. É a escalada de uma verdadeira tragédia humanitária. Quando lançamos nosso primeiro manifesto, em agosto do ano passado, o número de mortes por Covid-19 havia ultrapassado os 100 mil; em janeiro deste ano, divulgamos o segundo manifesto, quando o país acabava de superar 200 mil mortes: quando do manifesto de março, havia passado a marca dos 300 mil óbitos.

O professor e médico Pedro Halal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas, que coordena uma pesquisa nacional sobre Covid-19, constatou que 400 mil vidas teriam sido salvas se o presidente Bolsonaro houvesse adotado o comportamento médio dos governos dos demais países e não tivesse enveredado conscientemente por um caminho que nega a ciência, a vacina e, por isso mesmo, além de estimular a transgressão das normas sanitárias, deixou de adquirir as vacinas na hora certa.

Para quem ainda tinha alguma dúvida, os depoimentos na CPI da Pandemia do Senado Federal estão se encarregando de trazer à luz a verdade sobre essa tragédia. O presidente, conscientemente, retardou a compra de vacinas, alegando que se devia estimular a “imunidade de rebanho”; na verdade, o objetivo tem sido fomentar a criação de um clima de caos para favorecer sua escalada golpista.

Em todos aqueles manifestos, propusemos medidas sanitárias e econômicas para preservar vidas e manter a economia funcionando – principalmente, a vacinação e o auxílio emergencial de R$ 600. O governo Bolsonaro ou sabotou abertamente ou adotou com atraso essas medidas, além de suspender e depois reduzir o auxílio no pior momento da pandemia.

É um dia de luto. Mas também de luta. O povo volta a ocupar as ruas. Em duas grandes manifestações contra Bolsonaro, uma no dia 29 de maio e outra em 19 de junho, reivindica vacina para todos e todas e a volta do auxílio emergencial de R$ 600, além do brado “Fora Bolsonaro”.

As Fundações partidárias abaixo assinadas conclamam àqueles que têm compromisso com a vida: os partidos políticos, os movimentos organizados da sociedade, os governadores, prefeitos, parlamentares, cientistas, intelectuais, trabalhadores, empresários, igrejas, mulheres, professores, estudantes, enfim, a sociedade organizada, a se unirem para barrar essa tragédia e esse genocida e assim iniciar um período de reconstrução nacional.

Fundação Astrojildo Pereira
Fundação João Mangabeira
Fundação Lauro Campos e Marielle Franco
Fundação Leonel Brizola Alberto Pasqualini
Fundação Maurício Grabois
Fundação da Ordem Social
Fundação Perseu Abramo
Fundação Rede Brasil Sustentável
Fundação Verde Hebert Daniel
Instituto Cláudio Campos

São Paulo, 19 de junho de 2021

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