Caminhoneiros ameaçam parar por fim da política de preços da Petrobras

Em vigor desde 2017, a atual política de preços atrela os reajustes dos preços de combustíveis ao preço internacional do petróleo, negociado em dólares.

Caminhoneiros planejam greve contra preço do diesel - ALEXANDRE MARCOS JC SILVA - ASCOM/ANTT

Insatisfeitos com o preço do diesel, os caminhoneiros convocaram nova paralisação, dessa vez para 25 de julho. O movimento partiu do Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e o motivo são os reajustes dos preços de combustíveis.

Em nota divulgada na última quinta-feira (17), o CNTRC diz que a paralisação é fruto de tentativas “frustradas” de negociação com a Petrobras. Os caminhoneiros pedem mudanças na política de preços da estatal. Em vigor desde 2017, a atual política de preços atrela os reajustes dos preços de combustíveis ao preço internacional do petróleo, negociado em dólares.

Segundo a nota, a política tem “composição abusiva na formação de preço do combustível nacional, inclui variações baseadas em moeda estrangeira e critérios não econômicos e em desacordo com a realidade econômica nacional”.

Segundo a entidade, “não só nós caminhoneiros, mas toda a população brasileira, vêm acompanhando a escalada nos preços dos combustíveis (gasolina, diesel e gás de cozinha) desde o início de 2021, promovida pela estatal de petróleo Petrobras, sem qualquer justificativa plausível apresentada. Simplesmente aumentam os preços e nos apresentam a conta. Trata-se de uma prática abusiva prevista e proibida pelo Código de Defesa do Consumidor”.

O CNTRC afirma ainda que enviou proposta de alteração e pediu uma reunião com o novo presidente da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna, para tratar do assunto. Também enviou carta a Jair Bolsonaro em maio. Porém, não obteve resposta. A entidade diz que “congrega sindicatos, associações e cooperativas de caminhoneiros de mais de 20 unidades da federação”.

Outra entidade representativa dos caminhoneiros, a Associação Brasileira dos Condutores tem feito críticas ao governo Bolsonaro. No último dia 9, a associação emitiu nota pública no último dia 9 reclamando dos preços dos combustíveis e de promessas que não teriam sido cumpridas pelo Executivo. A carta pede isenção dos impostos sobre os combustíveis, vacina contra a covid-19 para a categoria e mais programas de crédito.

É a segunda greve convocada pelos caminhoneiros em 2021. No início do ano, eles chegaram a convocar paralisação para 1º de fevereiro, que acabou não tendo adesão significativa da categoria. O governo Jair Bolsonaro tem buscado agradar o grupo, de quem se aproximou durante a greve de 2018 e que acabou se tornando parte de sua base eleitoral.

Há cerca de um mês, o governo federal lançou o pacote Gigantes do Asfalto com medidas para caminhoneiros, incluindo antecipação dos valores a receber pelo frete, mudanças na pesagem e linhas de crédito com condições especiais na Caixa Econômica Federal. Ele também prometeu mudanças nos preços de combustíveis após a troca do ex-presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, por Silva e Luna, mas os reajustes continuaram.

Com informações do Poder360

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