Randolfe Rodrigues pede prorrogação da CPI da Covid por mais 90 dias

“O Senado Federal deve, ao povo brasileiro, que todos os responsáveis sejam identificados e condenados. Diante da vasta documentação recebida e dos inúmeros fatos levantados que demandam um aprofundamento das investigações, torna-se imperativo prorrogar o prazo de duração desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, defendeu o senador

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), deu entrada nesta segunda-feira (28) num pedido de prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 90 dias. O senador diz que, a partir de 27 assinaturas em apoio ao seu pedido, o adiamento se torna automático. Ele justificou que o elevado número de documentos e provas justificam a solicitação.

“O Senado Federal deve, ao povo brasileiro, que todos os responsáveis sejam identificados e condenados. Diante da vasta documentação recebida e dos inúmeros fatos levantados que demandam um aprofundamento das investigações, torna-se imperativo prorrogar o prazo de duração desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, defendeu Randolfe.

No requerimento, o parlamentar diz que o Brasil já superou a terrível marca de meio milhão de mortes por Covid-19. “Vivemos uma tragédia sem precedentes. Milhares de sonhos foram interrompidos. As famílias brasileiras ainda enfrentam o luto e as ausências cotidianas.”

Instalada no dia 27 de abril deste ano, a CPI já desvendou as falhas graves no enfrentamento da pandemia, apesar do sistema público de saúde que o país possui e a tradição em combater epidemias. “Nenhuma outra CPI na história da República do Brasil teve uma importância e uma responsabilidade tão singular. O colapso de nossos hospitais e a perda desnecessária de vidas não podem se repetir e não podem passar impunes”, justificou o senador.

De acordo com ele, a CPI desvendou “os caminhos tortuosos” que levaram o país a uma situação catastrófica. “Inúmeras provas reveladas têm comprovado omissões e ações deliberadas em torno de uma falsa imunidade de rebanho, com a promoção de tratamentos ineficazes e boicotes às medidas não farmacológicas como o uso de máscaras, distanciamento social e álcool em gel”, disse.

Além disso, houve falhas na estratégia de comunicação, nas ações de vigilância e mapeamento da pandemia, na gestão das necessidades de leitos de UTIs no país e, principalmente, no planejamento de fornecimento de insumos básicos como oxigênio, medicamentos, EPIs, testes e respiradores.

Vacina

“O boicote às vacinas foi um capítulo à parte. Foram dezenas de emails da Pfizer ignorados que ofertavam imunizantes capazes de salvar milhares de vidas. Foram inúmeros os insultos aos países e às instituições de pesquisa fornecedoras de vacinas para o Brasil, resultando em atrasos de insumos e sucessivas interrupções da campanha de vacinação. O país perdeu imunizantes e, por decorrência, vidas”, criticou.

Em paralelo a isso, Randolfe diz que a CPI tem desvendado esquemas de corrupção e de favorecimento de determinadas empresas com recursos destinados ao combate à pandemia da Covid-19. “Servidores sofreram pressões não republicanas para flexibilizar a importação da Covaxin. Depoentes apontaram que até o presidente da República foi alertado das irregularidades e, ao invés de apurá-las, as creditou ao próprio líder do Governo da Câmara dos Deputados. É um escândalo que precisa ser apurado com a gravidade correspondente.”

Autor