China prepara celebração dos 100 anos de seu Partido Comunista

Hoje, são 93 milhões de filiados e 5 milhões de base do PCC. Segundo uma pesquisa, a porcentagem de empresas com comitês do partido cresceu de 35,6% em 2012, quando Xi chegou ao poder, para 48,3% em 2018.

Militantes posam com bandeira do PCC ao lado do museu erguido onde foi realizado o primeiro congresso do partido, em Xangai

Os eventos comemorativos do centenário da fundação do Partido Comunista da China (PCC), nesta quarta-feira (1º/7) se intensificam por todo o território chinês. Nesta semana, sob o lema “Sem o Partido Comunista, não haveria a Nova China”, haverá shows de luzes em grandes cidades, como Xangai, Tianjin, Wuhan e Chongqing.

Na capital Pequim, além de show de fogos de artifício, estão previstas apresentações artísticas no Estádio Nacional de Pequim e na praça Tiananmen. O presidente Xi Jinping discursa hoje em uma cerimônia de condecoração dos heróis do PC e comandará a celebração do centenário na praça Tiananmen.

“Este ano de 2021 marca o centenário do Partido Comunista da China (PCC) . Por que este partido, com cem anos de história e 72 anos no poder, sempre mantém o vigor e o dinamismo? Como conquistou o apoio do seu povo?”, escreveu, em maio, Yang Wanming, embaixador da China no Brasil, em artigo para a revista Veja.

O próprio diplomata responde: “No olho do povo, o PCC é um partido dedicado para servir ao povo, que tem conduzido a nação chinesa a atravessar momentos difíceis, abrindo novos caminhos para a independência, a liberdade e a emancipação da nação, além de alcançar grandes êxitos na construção e no desenvolvimento do país. Os milagres do PCC combinam a revitalização da civilização chinesa milenar com a inauguração de uma via inovadora de desenvolvimento”.

Um dos principais legados na história do Partido Comunista foi o combate à pobreza. “Em pouco mais de sete décadas, o PCC fez 1,4 bilhão de chineses deixarem para trás um passado de miséria e incertezas com a subsistência para abraçar uma vida mais próspera. Depois de tirar da pobreza 850 milhões de pessoas, o país erradicou, pela primeira vez na história, a miséria absoluta em seu território”, registra Yang Wanming.

Mas os índices do país vão além, conforme o embaixador: “A expectativa de vida dos chineses aumentou de 35 para 77 anos. O PIB per capita já passou a casa dos US$10 mil e a classe média da China é a maior do planeta. No sistema político democrático socialista com características chinesas, o povo desfruta de uma gama mais ampla e plena de direitos e liberdades”.

Amparado pelos números, o Partido Comunista se ramifica pelo país – das grandes cidades até os mais remotos vilarejos das áreas rurais. Hoje, são 93 milhões de filiados e 5 milhões de base. Há comitês do PCC até nas firmas privadas. Sob o governo de Xi Jinping – e conforme sua doutrina de que o partido é o principal motor do desenvolvimento nacional –, esse mecanismo tem ganhado força.

Segundo uma pesquisa da Federação da Indústria e Comércio da China, a porcentagem de empresas com comitês do partido cresceu de 35,6% em 2012, quando Xi chegou ao poder, para 48,3% em 2018 – e continua crescendo. Uma das funções dos comitês é atuar como uma espécie de sindicato dos trabalhadores, explica Qiu Ying, secretária do partido no conglomerado de moda Yaying.

Aberta em 1980 com 30 funcionários, essa empresa hoje tem mais de 500 lojas. “Minha função é encorajar os membros do partido a serem modelos de comportamento para os funcionários”, diz Qiu Ying. “Precisamos mostrar que todos têm um papel para melhorar a sociedade.”

Da Redação, com Valor Econômico, Veja e agências