Rejeição a Bolsonaro atinge recorde de 62,5%, aponta pesquisa

Em fevereiro, essa desaprovação era de 51,4%

Jair Bolsonaro vive sua maior crise de credibilidade à frente do Planalto. Conforme a nova rodada da pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira (5), a rejeição ao desempenho pessoal do presidente alcançou o patamar recorde de 62,5% dos brasileiros. Em fevereiro, essa desaprovação era de 51,4%.

Já o apoio ao presidente recuou de 43,5% para 33,8%. Trata-se do pior índice alcançado por Bolsonaro desde o início de sua gestão, em janeiro de 2019. Ao todo, o instituto MDA realizou, nesse período, sete pesquisas sob encomenda da CNT (Confederação Nacional do Transporte).

A figura do presidente afeta igualmente a imagem de seu governo. Para 48,2%, a gestão bolsonarista hoje é “ruim” ou “péssima” – índice muito superior aos 35,5% registrados em fevereiro. Nestes cinco meses, o percentual do que que consideram o governo “ótimo” ou “bom” caiu de 32,9% para 27,7%.

É a primeira vez que a avaliação positiva da administração Bolsonaro fica distante da faixa de um terço do eleitorado (33%). Outros 22,2% julgam o governo “regular”, enquanto 1,4% dos entrevistados não soube ou não quis responder.

Eleições 2022

Isolado, sob denúncias e pressões, o presidente também vê seu capital eleitoral murchar. No levantamento da CNT/MDA para as eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro está com 26,6% das intenções de voto, ao passo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 41,3%. Em terceiro lugar, empatados com 5,9%, vêm os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Sérgio Moro. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), aparece com 2,1%.

Na pesquisa espontânea, sem que os nomes dos possíveis candidatos sejam expostos aos entrevistados, Lula é citado por Lula 27,8%, e Bolsonaro, por 21,6%. Longe deles, Ciro (1,7%), Moro (0,7%) e Doria (0,7%) somam 3,1%. No segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 52,6% a 33,3%. Contra Ciro, Bolsonaro também perderia – de 43,2% a 33,7%.

Um dado sobressai na pesquisa e mostra as dificuldades que o presidente terá na busca pela reeleição. De acordo com a sondagem, 61,8% afirmam que não votariam em Bolsonaro “de jeito nenhum” – taxa superior às de Doria (57,9%), Moro (56,7%) e Ciro (52,4%). A rejeição a uma candidatura de Lula em 2022, por sua vez, é de 44,5%.

A negligência do governo no combate ao novo coronavírus está mais explícita aos olhos do eleitor. Após sucessivas ondas da crise sanitária e em meio a diversas denúncias contra o governo – sobretudo na CPI da Covid-19 –, 57,2% desaprovam a atuação bolsonarista frente à pandemia e 49% dizem que Bolsonaro é o maior responsável pela demora na vacinação.

A pesquisa CNT/MDA ouviu 2.002 pessoas, de modo presencial, em 137 municípios de 25 unidades da Federação, nos dias 1, 2 e 3 de julho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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