Revista publica mensagens citando Michelle Bolsonaro em negociação de vacinas

A primeira dama teria ajudado a aproximar do presidente da República supostos vendedores de vacinas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A revelação das mensagens contidas no telefone celular do cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti, envolvido nas negociações para compra superfaturada de vacinas pelo Ministério da Saúde, trouxe mais uma novidade nesta segunda-feira (12). Segundo a coluna Radar, da revista Veja, Michele Bolsonaro, esposa do presidente da República, pode ter intermediado a aproximação entre o presidente da República e empresas que negociam o imunizantes.

Numa troca de mensagens com um interlocutor identificado como Rafael Compra Deskartpak Dominguetti escreveu: “Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”. O religioso também citado é Amilton Gomes de Paulo, representante de uma instituição denominada Secretaria Nacional de Ações Humanitárias que, apesar da denominação, não se trata de um órgão público e sim uma entidade religiosa. Gomes, segundo investigações da CPI, aproveitando-se de sua proximidade com a família presidencial, atuou para aproximar os supostos vendedores de vacina do Palácio do Planalto.

Na sequência do diálogo do cabo, seu interlocutor tenta esclarecer quem seria a mulher citada e pergunta: “Quem é? Michele Bolsonaro?”. Dominguetti retorna: “Esposa sim”. Parecendo entusiasmado, o interlocutor orienta o policial a ligar para Cristiano Carvalho, CEO da Davati no Brasil, que pilotava a operação: “Pouts. (sic) Avisa o Cris”.

Minutos depois de informar sobre o envolvimento da primeira-dama, Dominguetti enviou um áudio ao mesmo interlocutor em que parece comemorar o avanço do grupo e a escalada do lobby, então concentrado no diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, na hierarquia do governo. “O reverendo chegou na Presidência da República”, diz Dominguetti, complementando na sequência: “Roberto Dias é segundo plano”.

A afirmação de Dominguetti não deixa claro qual seria a participação de Michele e esta deverá ser mais uma questão a merecer a atenção das investigações da CPI do Senado.

Com informações da revista Veja