Ex-ministros apoiam proposta que impede militares em cargos políticos
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) já tem o número de assinaturas necessárias para dar entrada na PEC. De acordo com ela, o texto foi apresentado há um ano, em 12 de junho de 2020
Publicado 13/07/2021 10:25 | Editado 13/07/2021 12:54
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que proíbe militares da ativa em cargos da administração pública, de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), ganha força em meio à crise política. Segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo, os ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Celso Amorim, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Raul Jungmann devem assinar um texto conjuntamente em apoio à proposta.
A parlamentar já tem o número de assinaturas necessárias para dar entrada na PEC. De acordo com ela, o texto foi apresentado há um ano, em 12 de junho de 2020.
“Antes de apresentar o texto, eu ouvi muita gente, da ativa e da reserva. Ouvi também ex-ministros. A gente vinha observando que era preciso separar governo e Forças Armadas. Tem hoje uma confusão na opinião pública acerca do que é governo e do que são as Forças Armadas. Isso porque o presidente gosta de ficar dizendo ‘meu Exército’, ‘as minhas Forças Armadas’ e em qualquer momento ele fica lançando mão de militares que estão na ativa para ir para o governo. Isso gera uma confusão de fato. Em junho, quando eu comecei as conversas e vi essa movimentação do presidente, eu imaginei que isso não ia ficar bom para as Forças Armadas”, disse em entrevista à Agência Pública.
A nota dos ex-ministros da Defesa, segundo a coluna Painel, deve chamar a atenção para a responsabilidade do Congresso, por sua omissão, na atual crise. “Nos países com democracia consolidada, quem faz a supervisão das Forças Armadas é o Parlamento. Ao se alienar do tema da regulamentação das Forças Armadas nos governos, nosso Congresso tem sido parceiro dessa crise que estamos vivendo com (o ex-ministro e general da ativa Eduardo) Pazuello e outros”, diz Raul Jungmann à coluna.