Toda solidariedade a Cuba e ao povo cubano, por Vanessa Grazziotin

“Sob a liderança dos Estados Unidos, forças imperialistas voltam à carga, com muita força contra Cuba. As notícias, como sempre, vindas dos grandes conglomerados de comunicação, chegam não apenas distorcidas, manipuladas, mas expressando um juízo de valor completamente distante da realidade”

Ato em solidariedade à Cuba no Consulado Geral de Cuba em São Paulo (Foto: Guilherme Gandolfi)

Desde o último domingo, dia 11, o mundo, e nós, aqui no Brasil, temos assistido a um verdadeiro estardalhaço da imprensa, que, divulgando algumas manifestações de protestos que ocorrem em Cuba, tentam vender a ideia de que há uma “forte rebelião” contra o governo da ilha.

Sob a liderança dos Estados Unidos, forças imperialistas voltam à carga, com muita força contra Cuba. As notícias, como sempre, vindas dos grandes conglomerados de comunicação, chegam não apenas distorcidas, manipuladas, mas expressando um juízo de valor completamente distante da realidade. 

Uma velha e já conhecida tática, que se baseia numa narrativa manipulada, mentirosa e falaciosa. Mas que, infelizmente, agrega seguidores, que, muitas vezes, por falta de acesso às verdadeiras informações, seguem acreditando nas barbaridades divulgadas, achando que o governo cubano é o grande responsável pela crise que se abate sobre o país. Quando o que ocorre na realidade, é exatamente o contrário disso.


Cubanos se reúnem no centro de Havana para manifestação pró-governo de Miguel Díaz Canel na terça-feira (13) / Enrique Atiénzar Rivero

O império norte-americano, que nunca se conformou em perder a “sua” colônia, se aproveita de um momento muito delicado, onde as dificuldades são agravadas pela pandemia do coronavírus e pelo recrudescimento do bloqueio econômico, para promover mais um conjunto de ações reacionárias e golpistas, a fim de desgastar mundialmente o regime socialista e tentar derrubá-lo.

O sistema capitalista, sob o comando dos EUA, age de uma forma sórdida, não apenas mentirosa, mas covarde, tentando repassar para o governo cubano uma responsabilidade que é deles, uma culpa que é deles!

O que Cuba sofre são os efeitos de um criminoso bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos há mais de sessenta anos, que priva toda uma população do acesso à produtos básicos necessários a uma sobrevivência digna e dificulta sobremaneira as possibilidades de desenvolvimento. 

A ajuda humanitária que Cuba precisa é o fim imediato desse bloqueio, que vem sendo condenado veementemente pelas Nações Unidas (ONU), através de sua  Assembleia anual, onde EUA e Israel se isolam como os únicos países apoiadores dessa medida absolutamente criminosa.

Manifestante com seu cartaz em prol da Revolução Cubana / Nayá Tawane/Brasil de Fato

Ainda no domingo (11) fontes oficiais de Cuba divulgaram um pronunciamento do presidente, Miguel Diaz-Canel. Um pronunciamento que, pela riqueza das informações e pela sinceridade com que enfrenta esse momento difícil, deveria ser visto e ouvido com muita atenção pela população do mundo todo.

O presidente Canel pontua como seu pequeno país vem enfrentando, desde a revolução dirigida por Fidel Castro em 1959, toda ordem de dificuldades e ataques perpetrados pelos sucessivos governos norte americanos.

Mas pontua também que, apesar desse bloqueio, e de tantos ataques, Cuba segue resistindo e ostentando índices sociais invejáveis, superiores a muitos países desenvolvidos. Que, apesar do agravamento da crise na pandemia, Cuba já desenvolveu vacinas contra a covid19, feito alcançado por pouquíssimos países no mundo.

Cuba já superou muitos momentos difíceis, e, tenho certeza, superará este também, pois o que faz com que resista a tantos ataques é a força da sua gente, a determinação de um povo que não aceita voltar a ser uma colônia, sugada e desrespeitada pelo império ianque. 

Logo no dia seguinte às notícias, o presidente Canel, ao lado de tantos outros dirigentes se somaram à população e foram às ruas para defender o legado da revolução, que nada mais é do que o próprio direito a liberdade de um povo, de um país, o direito a sua autodeterminação, o direito de Cuba, seguir sendo uma nação soberana, socialista, onde o que mais importa não é o capital, mas os homens e as mulheres, as pessoas.

Milhares de cubanos e cubanas participaram da convocatória do presidente Díaz-Canel neste domingo / Foto: Yasset Llerena Alfonso

Por fim fica aqui uma sugestão de questionamento, cujo exercício da resposta deveria ser um esforço de todos e de todas: Já que o capitalismo se baseia no livre mercado, na liberdade de ação; já que os EUA são o exemplo maior do capitalismo; por que manter uma lei que proíbe que todas as demais nações do mundo mantenham relações econômicas com Cuba? Onde está o livre mercado aí? 

E não adianta, quem mantém Guantánamo, quem fecha os olhos ao que acontece no regime monárquico dos Emirados Árabes, falar de direitos humanos ou ditaduras!

Ao povo cubano, a Cuba, toda solidariedade!

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