Vice-presidente da Câmara diz que Bolsonaro precisa parar com golpismo

O deputado amazonense chama atenção do presidente para problemas como inflação descontrolada, 15 milhões de desempregados e 19 milhões de brasileiros passando fome

Deputado Marcelo Ramos (Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara)

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), diz que Bolsonaro precisa parar com ações golpistas e de falar bobagens. O deputado amazonense chama atenção do presidente para problemas como inflação descontrolada, 15 milhões de desempregados e 19 milhões de brasileiros passando fome.

Ramos citou matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (25), quando foram exibidas cenas de moradores de Cuiabá (MT) formando fila num açougue para receber doação de pedaços de ossos com retalhos de carne.

“Chega de golpismos e outras bobagens! O presidente Bolsonaro tem de falar sobre o que importa para os brasileiros! Quero saber o que ele pensa sobre inflação descontrolada, desemprego atingindo 15 milhões e fome na vida de 19 milhões”, criticou o vice-presidente da Câmara.

Diante das ações golpistas, Marcelo Ramos diz que o Brasil terá eleições com voto popular, secreto e soberano. “Deixo claro que no parlamento não há eco para nada fora da ordem democrática. Agir por vacina, trabalho e comida na mesa deve ser nossa missão”, afirmou.

“E ele (Bolsonaro) ameaça a ordem democrática. Porque quando ele diz que não vai ter eleição, quando ele diz que vai fechar o congresso dia 31 de dezembro de 2022, quando ele diz que não vai dar posse para o presidente, ele está dizendo que não vai respeitar a vontade soberana do povo brasileiro”, afirmou o deputado em live na rede TVT.

Ramos já havia defendido a necessidade de estabelecer um limite ao presidente. “A hora de reagir é agora. A Câmara precisa demarcar uma linha no chão de até onde ele pode ir”, afirmou. “A democracia é o espaço que temos para divergir. Sem ela não teremos nada. Eu não preciso pensar igual a você para lutar junto com você por democracia. Não vamos recuar!”, completou.

O vice-presidente da Câmara foi alvo de crítica de Bolsonaro que o responsabilizou pela aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões. Bolsonaro chamou Ramos de “insignificante” e o acusou de atropelar o Regimento Interno da Câmara para não permitir que votassem em separado o dispositivo sobre aumento do fundão eleitoral.

“Tem coragem Bolsonaro? Desafio o senhor para um debate sobre o fundão eleitoral que o seu governo criou. Pode escolher o dia, local e horário. Estarei lá! Sem medo! Se quiser, já falamos dos sobrepreços de vacinas, rachadinhas e outras maracutaias. Tem coragem ou vai fugir?”, reagiu o deputado.

Para analistas políticos, o presidente elegeu alvo político errado, pois Ramos pode vir a assumir, interinamente, a presidência da Câmara na ausência de Arthur Lira (PP-AL). Nessa condição, o deputado não descarta dá prosseguimento a um dos 127 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Ele já avisou que vê robustez neles para a abertura do processo.

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