Galo assume incêndio do Borba Gato, se apresenta à polícia e é preso

Segundo o escritório Jacob e Lozano – que está prestando assessoria jurídica a Galo –, as prisões dele e de sua esposa são ilegais

Arte: Brasil 247

O ativista Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, líder do movimento dos entregadores por aplicativos (app), foi preso arbitrariamente nesta quarta-feira (28), após se apresentar ao 11º Distrito Policial (DP) de Santo Amaro, em São Paulo. Ele assumiu sua participação no incêndio da estátua do bandeirante Borba Gato, no sábado (24).

Sua esposa, Gessica, também foi detida, embora não tenha sequer ido ao local do protesto. Nos dois casos, trata-se de prisões temporárias de cinco dias. Eles serão ouvidos pela Polícia Civil e farão exame de corpo de delito. A Justiça decretou também um mandado de busca e apreensão, a ser cumprido ainda hoje, na residência do casal.

A autoria do ato de sábado foi reivindicada, no mesmo dia, pelo coletivo Revolução Periférica, do qual Galo é integrante. “Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, afirmou o ativista.

Segundo o escritório Jacob e Lozano – que está prestando assessoria jurídica a Galo –, as prisões são ilegais. “A decisão que decretou a temporária saiu momentos após ele ter se apresentado”, detalha o escritório, em nota à imprensa. “O mandado de busca e apreensão para a residência de Paulo havia sido expedido para o local errado e Paulo apresentou seu endereço correto, autorizando e possibilitando a entrada em sua residência para possíveis buscas.”

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) classificou como “absurdo” o cerco a Galo e à sua esposa. “A medida da Justiça é absurda e claramente abusiva. Inclusive, Galo tem se manifestado nas redes para colaborar com as investigações. Arbitrariedade! Nossa solidariedade aos companheiros!”, escreveu Orlando, em suas redes sociais.

A megaestátua de Borba Gato, instalada na instalada na Praça Augusto Tortorelo de Araújo, em Santo Amaro, é um dos monumentos mais feios e polêmicos da cidade de São Paulo. A obra homenageia um dos muitos bandeirantes que saíram de São Paulo, a partir do século 16, em expedições que resultaram na prisão, escravização e morte de indígenas e negros.

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