Apagão de Bolsonaro: Brasil pode ter primeiros blecautes já em outubro

Embora localizados, apagões podem ocorrer nos horários de pico de consumo de energia

O governo Jair Bolsonaro considera cada vez mais iminente o risco de um apagão elétrico no Brasil. Segundo o jornal O Globo, “quem acompanha de perto o governo avalia que agora bateu de verdade a preocupação com a possibilidade de blecautes localizados e nos horários de pico de consumo de energia já entre outubro e novembro”.

Depois de seu fiasco no combate à pandemia de Covid-19 – que deixou mais de 550 mil mortos no País e enfraqueceu ainda mais a economia brasileira –, Bolsonaro tenta evitar mais uma catástrofe nacional. O novo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), foi escalado para o time que tenta evitar o “apagão de Bolsonaro”. Em nome do governo, Ciro já começou até mesmo a realizar reuniões sobre essa crise.

Em 28 de junho, num pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) reconheceu o risco de apagão, mas atribuiu a crise somente a “uma das piores secas” no Brasil. Além disso, sem explicar o que o governo fará para reverter o problema, Albuquerque exortou os brasileiros a fazerem “uso consciente e responsável de água e energia”, para reduzir “consideravelmente a pressão sobre o sistema elétrico”.

Mas, sem ações efetivas do governo, a situação se agravou. De acordo com a ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a capacidade dos reservatórios de hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste pode chegar a apenas 21% em agosto.

A situação da crise hídrica no país deve piorar neste mês, segundo um levantamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com a projeção, agosto deverá ter uma das piores baixas da história nos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste — a capacidade deles pode chegar a cerca de 21%.

Na opinião de Roberto Kishinami, coordenador do Instituto Clima e Sociedade, o governo Bolsonaro “tem falhado” e o Brasil já vive uma situação de “emergência”. Em entrevista à CNN, ele afirmou que é preciso atuar tanto na oferta de energia quanto no consumo.

“Temos que atuar de duas maneiras: aumentar a oferta tanto quanto possível – e esse aumento é limitado porque está faltando água nos reservatórios – e temos que reduzir o consumo. São as duas coisas que podem permitir algum equilíbrio lá na frente”, diz Kishinami. “Da maneira como estamos indo, não vamos alcançar essa situação de equilíbrio entre consumo e demanda.”

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