Reação do STF contra Bolsonaro reforça democracia, avaliam parlamentares

O ministro Luiz Fux demonstrou que não se pode compactuar com agressões às instituições e nem ações antidemocráticas

O presidente do STF, LUiz Fux (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, adotou uma postura correta ao cancelar encontro entre presidentes dos poderes por causa das ameaças de Bolsonaro contra ministros da corte. Para lideranças no parlamento, o ministro demonstrou que não se pode compactuar com agressões às instituições e nem ações antidemocráticas.

“O pressuposto do diálogo entre os poderes é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes”, avisou Fux nesta quinta-feira (5). O presidente do STF se irritou com Bolsonaro que ameaçou usar armas contra os ministros “fora das quatro linhas da Constituição.”

A vice-líder da minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), elogiou a atitude de Fux: “De modo altivo, o presidente do STF cancelou a reunião entre os chefes dos três poderes. Quando não há respeito às instituições, o diálogo é infrutífero. Não é possível fechar os olhos as reiteradas agressões e o STF mostrou que não se submeterá a elas.”

Na avaliação do vice-líder do PCdoB na Casa, Orlando Silva (SP), não foi uma atitude trivial e parabenizou o ministro pela resposta. “Saúdo os últimos posicionamentos do Judiciário brasileiro, que demonstra não compactuar e nem silenciar diante dos crimes cometidos por Bolsonaro”, disse.

“Tem grande significado o cancelamento da reunião entre poderes. A democracia, para se manter, precisa ser defendida com ações”, elogiou o deputado Rubens Jr (PCdoB-MA).

O líder da minoria, Marcelo Freixo (PSB-RJ), afirmou que Bolsonaro não quer diálogo, mas confusão. “A possibilidade de diálogo pressupõe o respeito às instituições republicanas e às regras do jogo democrático, princípios que Bolsonaro despreza”, afirmou.

“A frase utilizada por Bolsonaro para atacar Alexandre de Moraes e o STF é típica de miliciano. Sem dúvida ele deve ter aprendido a fazer esse tipo de ameaça com o Capitão Adriano, Queiroz e outros dessa laia”, criticou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

A líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ), considerou grave as ameaças ao ministro Alexandre de Moraes. “Sua hora vai chegar, disse o dito presidente do país. É preciso barrar urgentemente esse genocida, propagador de mentiras e golpista!”, criticou.

Senadores

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), lembrou que a democracia foi conquistada a duras penas. “Os direitos individuais e coletivos, bem como as garantias, são frutos de luta. Cabe às nossas instituições, e muito em especial ao STF, proteger a nossa Constituição Federal e evitar ataques ao nosso Estado Democrático de Direito”, afirmou.

Assim sendo, o senador parabenizou o presidente do STF, pelo cancelamento da reunião entre os chefes dos Poderes e Bolsonaro. “Não há respeito ou responsabilidade por parte de Bolsonaro”, enfatizou.

“Após a ditadura, todos os presidentes foram investigados dentro dos limites da Constituição, alguns sofreram até impeachment e respeitaram a decisão. Por que Bolsonaro não pode ser investigado? Por que acha que está acima da lei?”, indagou a senador Eliziane Gama (Cidadania-MA).

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