Centrais sindicais repudiam pressões de empresa durante greve em Minas

Sae Towers não paga o adiantamento salarial para pressionar os grevistas

Trabalhadores lutam por participação nos lucros da empresa - Foto de Andressa Schpallir

Centrais sindicais e federações metalúrgicas divulgaram nota, nesta segunda-feira, 16, para repudiar a tentativa da empresa Sae Towers de intimidar as ações do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região, que está à frente da greve dos trabalhadores da empresa.

Os metalúrgicos da Sae Towers estão parados desde o dia 2 por uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) justa para este ano. A empresa entrou com pedido de interdito proibitório para tentar impedir a ação sindical.

A Sae Towers se apresenta como uma das maiores produtoras mundiais de torres treliçadas de aço para linhas de transmissão de energia. “Com mais que o dobro de participação no mercado em relação ao nosso concorrente mais próximo, somos os líderes nas Américas. Nossas modernas instalações industriais, que operam com a mais avançada tecnologia – estão localizadas em Monterrey, México e Belo Horizonte, Brasil – abastecem as Américas com mais de 100 mil toneladas por ano de capacidade instalada”, informa.

Disposição de luta dos trabalhadores surpreendeu a empresa – Andressa Schpallir

Confira a nota na íntegra:

Não às provocações da Sae Towers; viva a luta dos trabalhadores!

As centrais sindicais e federações metalúrgicas abaixo assinadas repudiam, veementemente, a tentativa da empresa Sae Towers de intimidar o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região. Desde 3 de agosto, o Sindicato está à frente de uma legítima e já histórica greve, que conta com a adesão de 90% dos trabalhadores da empresa e cobra uma PLR justa para o ano de 2021.

De início, a Sae Towers subestimou a força da paralisação e apostou na intransigência. Derrotada, recorreu à Justiça do Trabalho com um interdito proibitório, para tentar impedir a ação sindical. Agora, para constranger os trabalhadores a voltarem à ativa, não pagou o adiantamento salarial dos grevistas. Nenhuma dessas provocações surtiu efeito, a não ser a desmoralização da empresa. A greve continua e será vitoriosa!

As práticas provocadoras e antissindicais da Sae Towers são inaceitáveis. Ferem o direito de greve garantido pela Constituição Federal de 1988. Agridem não apenas o Sindicato dos Metalúrgicos – mas todo o movimento sindical. E o pior: revelam a forma autoritária como a empresa trata seus trabalhadores.

Deixamos, assim, nossa solidariedade aos trabalhadores da Sae Towers, bem como ao Sindicato dos Metalúrgicos, que vão vencer essa batalha! Não à atitude antidemocrática da empresa. Não às provocações. Viva a greve e a união dos trabalhadores!