Subprocuradores representam contra Sérgio Reis por incitação ao crime

Cantor foi desautorizado por lideranças de caminhoneiros e por ruralistas, mas a notícia ganhou repercussão

O apoio de Sérgio Reis ao golpismo bolsonarista não deve ficar impune. Um grupo de 29 subprocuradores-gerais da República entrou com representação junto à Procuradoria da República no Distrito Federal contra o cantor sertanejo por suas declarações de que caminhoneiros parariam o País até que o Senado afastasse os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de seus cargos.

“Se em 30 dias não tirarem os caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”, afirmou o cantor. O cantor tinha divulgado também um vídeo em que convidava apoiadores de Bolsonaro para o protesto golpista em Brasília e em outras cidades, marcado para dia 7 de setembro.

Segundo a representação, a ameaça de Sérgio Reis pode configurar crime de incitação à subversão da ordem política ou social, além de incitação ao crime.

Reis foi desautorizado por lideranças de caminhoneiros e por ruralistas. Mesmo assim, a notícia ganhou repercussão. O áudio circulou na cúpula do Judiciário e entre parlamentares, além de ter sido amplamente reproduzido por veículos de notícia. A peça afirma que o movimento organizado pelo cantor está à margem da lei, ao cobrar saídas autoritárias para a implantação do voto impresso e o pedido de impeachment de ministros do Supremo.

Os subprocuradores inserem as bravatas de Sérgio Reis entre os “graves acontecimentos que têm marcado a história recente do País, em particular as frequentes ameaças de ruptura institucional e de desrespeito à independência dos poderes e de seus integrantes”. Por isso, eles pedem “a distribuição desta representação a um dos membros oficiantes na área criminal, com vistas à adoção das providências que forem entendidas cabíveis”.

Os signatários ainda afirmam que um eventual colapso dos serviços públicos por causa da paralisação poderia ter consequências sobre a saúde pública no país, que ainda atravessa a crise da Covid-19. Até o momento, Sérgio Reis não se retratou.

Com informações da Folha.com