Publicado 10/09/2021 15:17
O 7 de Setembro, no lugar dos tradicionais desfiles militares, o cenário foi tomado tanto pelas manifestações orquestradas pelo presidente Jair Bolsonaro quanto pelas convocadas pelas oposições. Após dois meses de organização do evento bolsonarista, com financiamento público e o apoio de frações do empresariado, o público foi muito aquém do que eles esperavam. Em São Paulo esperavam 2 milhões, deu 120 a 140 mil pessoas, especialmente setores da classe média que representam apenas 5% da população.
Por que os atos de Bolsonaro foram um fracasso?
Acuado e cada vez mais isolado, com os filhos sendo alvos de investigações criminais, o presidente não encontrou o apoio suficiente para o seu intento de instalar um estado autoritário policialesco. Nas suas falas não apresentou nenhuma palavra sobre os problemas reais que afligem o País, desemprego, inflação, crise hídrica, muito menos sobre como resolvê-los. Suas falas se concentraram em críticas ao STF e em ataques ao ministro Alexandre de Moraes. Ameaçou fechar o STF e não cumprir as decisões judiciais. O que por si só, já configura um grave crime de responsabilidade. Um desrespeito a constituição.
A intenção de Bolsonaro sempre foi um golpe contra a democracia, usa a mesma estratégia utilizada pelos fascistas, aposta no caos e no confronto, para manter sua base de apoio constantemente mobilizada, seus atos são de campanha eleitoral com muita bravata.
O clima de instabilidade política afeta diretamente a economia, alta no dólar, queda na bolsa, inflação, etc. setores produtivos, preocupadas com a queda nos lucros, não querem a instabilidade, já sinalizam o afastamento de Bolsonaro.
O ato do inominável significou um verdadeiro tiro no pé, ou, o tiro saiu pela culatra. Aumentou-se as condições para se formar uma ampla frente para se por fim ao governo Bolsonaro. Partidos do Centrão, como o PSD, Cidadania, Solidariedade já admitem a possibilidade do impeachment. 10 partidos já sinalizam um ato pelo Fora Bolsonaro.
O impeachment está na ordem do dia.
Bolsonaro subiu no telhado!
Aurélio Matias é Mestre em Ciências Sociais