Ato do movimento Direitos Já! reúne 15 partidos pela democracia

Pela primeira vez, uma atividade do movimento defenderá abertamente o impeachment de Jair Bolsonaro

Dirigentes e lideranças de 15 partidos políticos, da esquerda à direita, confirmaram presença no Ato pelo Dia Internacional da Democracia, na noite desta quarta-feira (15), em São Paulo. A manifestação, promovida pelo movimento Direitos Já! Fórum pela Democracia, terá representantes de Cidadania, DEM, MDB, PCdoB, PDT, PL, Podemos, PSB, PSD, PSDB, PSL, PSOL, PT, PV e Rede Sustentabilidade.

Pela primeira vez, uma atividade do Direitos Já! vai defender abertamente o impeachment de Jair Bolsonaro. A decisão foi tomada pelo movimento em 7 de setembro, diante das ameaças que o presidente fez contra o Estado Democrático de Direito, em atos golpistas convocados pelo próprio governo.

“Ficou claro que o Bolsonaro cruzou o Rubicão e não tem mais condições de governar. Ele usa o Palácio do Planalto como bunker do golpe”, declara ao Vermelho Fernando Guimarães, coordenador do Direitos Já!. “Ele só não tentou algo ainda porque não reuniu condições, mas já rasgou a Constituição”, agrega.

Segundo Fernando, os atos do Direitos Já! devem buscar a maior amplitude possível. “O processo político cobra uma presença nas ruas – uma presença de toda a sociedade, de todos os segmentos, uma ampla construção, sem disputa de protagonismo. É um chamamento coletivo em nome da luta antifascista. A melhor forma de construir isso é juntando todo mundo, dividindo responsabilidades, somando esforços.”

Para Walter Sorrentino, dirigente nacional do PCdoB, a luta pelo #ForaBolsonaro “tem de passar da agitação à ação”, a exemplo do que foi a campanha Diretas Já, nos anos finais da ditadura militar (1964-1985). “No ‘abaixo a ditadura’, a agitação consistia em desgastar o regime. Agora, é desgastar Bolsonaro”, diz Sorrentino. “A ação também precisa ser como na Diretas Já e reunir milhões de pessoas em torno de lideranças de todos os tipos. Os gatos de todas as cores que possam caçar ratos precisam estar unidos pelo impeachment.”

O dirigente comunista elogia o empenho do movimento Direitos Já! em construir uma frente efetivamente ampla e unitária. “Tem sido uma articulação muito importante, que reúne setores do centro democrático do nosso País, principalmente de São Paulo. Esta é uma hora decisiva em que eles podem contribuir”, analisa. Ele acredita que Direitos Já! ganhou protagonismo porque entendeu, desde o início, que “ninguém sozinho pode vencer o impeachment”.

Hoje, há 137 pedidos de impeachment de Bolsonaro protocolados na Câmara Federal, à espera da apreciação do presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL). Se Lira autorizar o andamento de um desses pedidos, o processo precisará do voto de 342 deputados – o equivalente a dois terços dos 513 parlamentares que compõem a atual legislatura. “A esquerda não tem essa força e a centro-direita é decisiva. De modo que nós precisamos contar com todos – e o Direitos Já fez uma brilhante articulação democrática”, conclui Sorrentino.

O ato de hoje começa às 18 horas e conta com a participação dos senadores José Anibal (PSDB-SP) e Simone Tebet (MDB-MS); dos deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Fábio Trad (PSD-MS), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Gleisi Hoffman (PT-PR), Júnior Bozzella (PSL-SP) e Marcelo Ramos (PL-AM); da vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos (PCdoB); e do prefeito de Itapevi, Igor Soares (Podemos-SP). Também estarão presentes dirigentes partidários como Antonio Neto (PDT), Heloísa Helena (Rede) e José Luiz Penna (PV), além do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM).

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