Bolsonarista Luciano Hang esconde que mãe usou cloroquina antes de morrer
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) disse que, de forma macabra, Luciano Hang pediu para que adulterassem o prontuário da mãe para não desacreditar a cloroquina. “Sacrificou a mãe! A que ponto chega o bolsonarismo”, disse o relator
Publicado 22/09/2021 12:50 | Editado 22/09/2021 14:25
O diretor executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, que depõe nesta quarta-feira (22) na CPI da Covid, evitou informar a verdadeira causa da morte de Regina Modesti Hang, 82 anos, mãe do empresário bolsonarista Luciano Hang, donos das lojas Havan. Ela usou remédios como a cloroquina para tratamento da Covid-19 quando esteve internada numa unidade da operadora em São Paulo.
Em vídeo, o filho famoso disse que a mãe estava assintomática e chegou tarde ao hospital. “Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo eu não teria salvado a minha mãe?”, questionou. Ocorre que a CPI tem o prontuário da paciente e sabe que ela foi tratada como os medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid-19.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) disse que, de forma macabra, Luciano Hang pediu para que adulterassem o prontuário da mãe para não desacreditar a cloroquina. “Sacrificou a mãe! A que ponto chega o bolsonarismo”, disse o relator.
Pedro Benedito Batista Júnior, acusado de pressionar médicos a receitarem os medicamentos sem eficácia aos pacientes, disse na comissão que não iria falar sobre prontuário de nenhum paciente. Ele disse que precisaria de autorização da família dos pacientes para dar informações.
“Há uma farsa que será desmascarada aqui. Vamos provar que ele pediu: ‘Escondam que minha mãe foi tratada com cloroquina, para não desmerecer a eficácia’. Ele a levou para ser tratada no hospital com cloroquina, e a Prevent Senior ocultou isso”, disse o relator.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) chamou Hang de “filho desalmado”, por usar o falecimento da mãe para promover o “tratamento precoce”. O depoente Pedro Benedito reiterou que não comentaria casos de pacientes, alegando sigilo médico.
Anthony Wong
Ele também se recusou a responder sobre a morte do médico negacionista Anthony Wong, aos 73 anos. O relator apresentou áudio de uma conversa telefônica com trocas de ameaças entre Batista Júnior e um ex-médico da Prevent Senior que denunciou que a empresa teria escondido que a morte de Wong tinha como causa a covid-19. O nome do médico denunciante foi omitido com sinais sonoros a pedido dele mesmo, por medo de retaliações.
Com informações da Agência Senado