Na contramão de Bolsonaro, mais de 80% dos brasileiros apoiam vacinação

“Apesar do contexto político, do movimento antivacina e da proliferação de opiniões polêmicas nas redes, um número expressivo de participantes da pesquisa pretendia se vacinar”, diz pesquisa da Fiocruz

Vacinação contra covid-19 para pessoas com 30 anos e segunda dose da vacina Fot Govesp

No mesmo dia em que Jair Bolsonaro protagonizou uma lamentável manifestação antivacina na Assembleia-Geral das Nações Unidas, na terça-feira (21), a ciência deu passos importantes na batalha pela vida no Brasil. Uma pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que mais de 80% dos brasileiros apoiam a vacinação contra a Covid-19 no país.

A Fiocruz aponta ainda que mais da metade dos entrevistados pelo instituto afirmou que tiveram familiares contaminados ou internados em função de uma infecção pelo coronavírus. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da Fiocruz, entre 22 e  29 de janeiro, com 173.178 participantes em todo o país.

O instituto levou em consideração os entrevistados hesitantes, pessoas que não tinham intenção de se imunizar, pessoas que não tinham se decidido e o grupo dos que se vacinariam dependendo da vacina utilizada. Com a inclusão desses participantes, a Fiocruz aponta que 89,5% dos entrevistados tinham intenção de se vacinar, o que corresponde a mais de 150 mil pessoas ouvidas.

O resultado da pesquisa é importante para o enfrentamento à pandemia no país, que segue firme graças ao trabalho de governadores e prefeitos e das secretarias estaduais de Saúde junto às redes do Sistema Único de Saúde (SUS). Sobretudo em um cenário de disseminação de fake news, fomentado pelo ocupante do Palácio do Planalto e até por seu ministro da Saúde, como se viu na infame viagem da comitiva brasileira aos EUA.

“Apesar do contexto político, do movimento antivacina e da proliferação de opiniões polêmicas nas redes sociais, um número expressivo de participantes da pesquisa pretendia se vacinar”, aponta a Fiocruz, no estudo.

Apenas 10,5% declararam incerteza sobre o processo de vacinação sendo que a maioria dos desconfiados são homens. “Isso é relevante no contexto da covid-19, uma vez que os homens apresentam maior risco de evolução clínica grave, indicando que as campanhas também devem focar nesse gênero mais hesitante à vacina”, recomenda o instituto.

Fonte: PT Nacional com informações do Valor