MP-SP investiga denúncias da CPI da Covid contra Prevent Senior

Entre as suspeitas de irregularidades estão o uso de pacientes como cobaias em um estudo realizado para testar medicamentos ineficazes contra a covid e fraude em atestados de óbito para ocultar a causa da morte.

O diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Ministério Público Estadual de São Paulo criou uma força-tarefa para apurar as denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior. A força-tarefa irá avaliar ainda os documentos que a CPI da Pandemia enviará ao Ministério Público Estadual. Entre as suspeitas de irregularidades estão o uso de pacientes como cobaias em um estudo realizado para testar medicamentos ineficazes contra a covid e fraude em atestados de óbito para ocultar a causa da morte.

Os promotores irão atuar em conjunto com o promotor natural do caso, Rodolfo Bruno Palazzi, que acompanha inquérito policial para investigar as denúncias. O procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, determinou “atenção total” à investigação.

As denúncias contra a operadora começaram em abril, quando médicos que trabalharam na linha de frente da covid-19 na Prevent Senior relataram receber assédio constante para prescrever medicações que sabiam que não funcionavam para conter a doença respiratória e que podem agravar o quadro dos pacientes: o “kit covid” incluía a flutamida, além de cloroquina, azitromicina e ivermectina.

O plano de saúde Prevent Senior passou a ser investigado pela CPI da Covid no Senado por uma série de suspeitas de irregularidades. Entre elas, estão o uso de pacientes como cobaias em um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina, associada à azitromicina, no tratamento da doença e fraude em atestados de óbito para ocultar o coronavírus como causa da morte.

Órgãos de atenção ao consumidor e a Agência Nacional de Saúde Suplementar também avaliam a conduta da Prevent, acusada ainda de ter conduzido um estudo sobre a eficácia da hidroxicloroquina sem avisar pacientes nem seus parentes. Tal estudo teria omitido mortes de pacientes, influenciando o resultado para dar a impressão de que o medicamento seria eficaz.

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