Trump vai voltar para a Casa Branca?

Alexander Bolton, analista do jornal The Hill, constatou que um número significativo de membros republicanos do Senado ficaria aliviado, até mesmo encantado, se Trump permanecesse à margem ou pelo menos mantivesse seus objetivos pessoais de campanha em segredo até a eleição de meio de mandato, em novembro 2022.

Um olhar sobre as ações do bilionário revela o que muitos já antecipam: seu retorno à arena política, da qual nunca saiu, mesmo depois de sua derrota nas urnas em 2020 – apesar de que nem todos os republicanos apoiem suas acusações, até agora infundadas, de que a vitória de Biden foi fruto de um fraude.

Recentemente, um senador republicano rotulou o ex-presidente de “narcisista clínico”, enquanto outro disse simplesmente: “prefiro a calma”, em referência à sua entrada na disputa pela Casa Branca, algo que os republicanos consideram praticamente certo.

O comício político de Trump em 9 de outubro em Iowa aumentou a temperatura, apesar de sua recusa em anunciar oficialmente suas intenções, mas mesmo seus críticos internos reconhecem que ele mantém o controle do partido em nível nacional, nos partidos estaduais e no processo de apresentação e defesa de candidatos para a Câmara dos Representantes e o Senado nas eleições do próximo ano.

De acordo com meios políticos e de imprensa, poucos candidatos republicanos proeminentes ou potenciais estão interessados ​​em criticar publicamente Trump, já que sua influência sobre o partido é muito poderosa.

Várias pesquisas, incluindo uma do Pew Research Center, revelaram que 44% dos eleitores republicanos querem que Trump concorra novamente, enquanto 63% se manifestaram contra lideranças do partido que o questionam abertamente.

Atualmente existem contradições sobre a conveniência de o magnata ter tanta incidência sobre a política republicana. Alguns rezam para que ele não venha a apoiar candidatos nas próximas eleições, o que pode ser contraproducente para os planos do partido de retomar a maioria no Congresso.

Muitos membros do Partido Republicano, inclusive não querem vê-lo na votação de 2024 (presidenciais) devido ao seu histórico com eleitores independentes e os chamados vacilantes ou indecisos.

Membros da máquina republicana no Senado, no entanto, dizem que Trump vai concorrer novamente à presidência porque anseia por atenção e tem boas chances de ser indicado.

Lindsey Graham, seu aliado mais próximo na Câmara Alta, disse que o ex-número um no poder está “ansioso para entrar na corrida”.

No entanto, nem tudo é “cor-de-rosa” para o empresário. Vários republicanos proeminentes até planejam se unir “com nossos oponentes políticos de longa data”, os democratas, “em objetivos políticos gerais”.

Entre eles está Christine Todd Whitman, uma ex-governadora de Nova Jersey que acredita que o ex-mandatário perdeu a reeleição em grande parte porque os eleitores republicanos em todo o país desertaram e apoiaram Joe Biden, o atual presidente.

É assim que as coisas estão indo para as eleições de meio de mandato de 2022 e as eleições presidenciais de 2024; mas, apesar de todas as suas falhas e mentiras, Trump não vai desaparecer da cena política dos Estados Unidos, pelo menos por ora.

Fonte: Prensa Latina