Petrobras reajusta gasolina e alta acumulada em 2021 é de 73,4%

A partir de amanhã a gasolina nas refinarias da estatal vai subir 7,04% e o diesel vai subir 9,15%

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) novos reajustes nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. A partir desta terça-feira (26), a gasolina subirá 7,04% – alta acumulada de 73,4% este ano -, e o do diesel será reajustado em 9,15%, alta acumulada de 65,3% em 2021.

Com o novo reajuste da gasolina, anunciado 16 dias após a última alta de 7,2%, o preço médio do litro da gasolina nas distribuidoras passará de R$ 2,98 para R$ 3,19.

Já o litro do óleo diesel, reajustado pela última vez em 29 de setembro, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostra a valorização para o consumidor, as altas em 12 meses foram de 33,05% e 39,6%, respectivamente.

Preço golpista

A estatal explicou que os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio. Esses índices compõem a Política de Preço de Paridade Internacional (PPI), adotada pela Petrobras em 2016, no governo golpista de Michel Temer (MDB-SP) e mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que completa cinco anos este mês.

Desde que a PPI foi adotada, toda vez que os preços do barril de petróleo e do dólar sobem, a estatal reajusta os preços dos combustíveis no Brasil, inclusive do gás de cozinha, que também subiu 7,2% este mês elevando o preço do botijão de 13 quilos para até R$ 135.

Depois do choque provocado pela pandemia de coronavírus, a economia global deve ter um crescimento robusto neste ano, o que aumenta a busca pela commodity e, consequentemente, ajuda a puxar os preços para cima.

Em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em vez de mudar a PPI da Petrobras para reduzir os preços, trabalhou para aprovar uma lei que muda a cobrança do Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) dos combustíveis. Para se desresponsabilizar pela inflação dos combustíveis, Bolsonaro culpa o imposto estadual pelos preços altos. Só que o imposto não sobe na maioria dos estados há muitos anos.

No final de setembro, a Petrobras informou que é responsável por apenas R$ 2 na composição de preços da gasolina e que o aumento de preços do combustível é de responsabilidade do governo.

A estatal fez a declaração após o presidente Bolsonaro se referir ao aumento do combustível com a frase: “Nada não está tão ruim que não possa piorar.”

Greve prometida

Os caminhoneiros vêm ameaçando entrar em greve a partir de 1º de novembro se, entre outras coisas, o governo não mudar a política de preços.

Na semana passada, os caminhoneiros criticaram a bolsa diesel de R$ 400 reais anunciada por Bolsonaro como forma de compensar o aumento do diesel cujos preços subiram 37,5% até agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do diesel nos postos brasileiros chegou na semana passada a R$ 4,983 por litro – o menor preço foi encontrado no Rio Grande do Sul, R$ 4,823; e o maior no Acre, R$ 6,208.

Para encher um tanque de 400 litros, pagará hoje, em média, R$ 1.929,20 no Rio Grande do Sul e R$ 2.483,20, no Acre.

O preço médio da gasolina no país chegou a R$ 6,361 por litro, mas em pelo menos  em oito estados, o combustível já é vendido por mais de R$ 7 por litro.

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