Caminhoneiro Zé Trovão se apresenta à PF, após dois meses foragido
Caminhoneiro bolsonarista se entregou hoje à tarde na Delegacia da Polícia Federal, em Joinville, Santa Catarina. Ele é investigado por ameaças à democracia e incitação à violência.
Publicado 26/10/2021 20:29
O caminhoneiro Marcos Antonio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, se apresentou hoje (26) à tarde na Delegacia da Polícia Federal, em Joinville, Santa Catarina, cidade onde mora, após permanecer quase dois meses foragido. A informação foi confirmada pela Polícia Federal, em Brasília.
“A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (26), em Joinville/SC, mandado de prisão preventiva expedido pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Inquérito 4879, que investiga atos antidemocráticos”, disse a corporação, em nota. O mandado de prisão foi expedido em 1º de setembro deste ano, pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Deputados bolsonaristas, como Carla Zambelli (PSL-SP), entraram com pedido de habeas corpus ao caminhoneiro, mas o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou.
Segundo a PF, o caminhoneiro que se auto-afirma como líder, embora não seja reconhecido como tal pela categoria, se apresentou no início da tarde na Delegacia de Polícia Federal em Joinville e permanecerá à disposição da Justiça. Zé Trovão foi levado para o presídio estadual da cidade de Joinville.
Antes de ser decretada a ordem de prisão, Zé Trovão fugiu para o México e tinha sido localizado pela Polícia Federal escondido naquele país. Em seu canal do Telegram, o bolsonarista disse que se entregou “pelo Brasil” à PF. Embora tenha fugido do país, ele diz que fez isso para continuar falando e motivando os brasileiros de bem a lutar.
“Neste dia 26 de outubro de 2021 eu me entreguei, me apresentei à Justiça brasileira porque como diz o nosso hino ‘verás que um filho teu não foge à luta’, eu jamais iria abandonar o povo brasileiro”.
Pedido de prisão
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do caminhoneiro no inquérito que investiga ameaças à democracia e incitação à violência em atos que estavam sendo organizados para o feriado de 7 de Setembro.
Segundo o ministro, as investigações feitas pela PF mostram a “presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhante àqueles identificados com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”.
O caso começou a ser apurado em abril do ano passado após manifestantes levantarem faixas pedindo a intervenção militar, o fechamento do STF e do Congresso durante atos realizados em Brasília e outras cidades do país.