Aumento da Selic é excessivo e compromete recuperação econômica, avalia CNI

Atividade econômica já demonstra sinais de enfraquecimento como resultado, em parte, das últimas decisões do Copom de aumentar a taxa básica de juros da economia, avalia a entidade.

robson braga

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou, por meio de nota, que considera equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, pela aceleração do ritmo de aumento da taxa básica de juros (Selic) para 1,50 ponto percentual.

“Os aumentos anteriores da taxa de juros já começaram a ter reflexos na economia. Percebemos que a atividade econômica dá sinais de desaquecimento e, nos próximos meses, os efeitos defasados do aumento da Selic vão continuar contribuindo para desestimular o consumo e desacelerar a inflação”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Segundo ele, com novos aumentos expressivos da Selic, “o Banco Central põe em risco a recuperação econômica e aumenta a probabilidade de uma recessão em 2022”.

Ainda de acordo com a nota da entidade, a decisão pelo sexto aumento expressivo da Selic terá impacto negativo sobre as condições de crédito para os consumidores e para as empresas, aumentará o custo do financiamento e desestimulará a demanda: “O pé no freio da economia ocorre em um momento ruim, quando as empresas ainda se recuperam dos efeitos econômicos da pandemia e o consumo dá sinais de desaquecimento”.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também manifestou que entende que o aumento da Selic em 1,5 ponto percentual, indo para 7,75% ao ano, foi excessivo neste momento. “O quadro inflacionário atual e as expectativas para a inflação, principalmente por conta da piora da situação fiscal e da recomposição da demanda, justificam a manutenção do ciclo de alta da taxa de juros. Porém, entendemos que acelerar o ritmo de aumento foi precipitado e poderá comprometer a recuperação de uma economia ainda fragilizada”, pondera a entidade.