“País deve barrar a usina de fake news que é Bolsonaro”, diz Orlando Silva

O deputado, que é relator do projeto de lei das fake news, defendeu a criação de “mecanismos para se produzir provas e, sobretudo, seguir o dinheiro, seguir quem financia, quem paga essa quadrilha que produz desinformação no Brasil”

(Foto: Agência Câmara)

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto de lei das fake news (PL 2630/20), afirmou, nesta quarta-feira (27), em entrevista ao Hora do Povo, que a disseminação de mentiras na internet, como a que Jair Bolsonaro fez sobre as vacinas contra Covid-19 causarem Aids, é criminosa.

“O país tem que criar mecanismos para coibir essa verdadeira usina de mentiras que é o governo Bolsonaro”, defendeu o parlamentar. “Bolsonaro usa fake news como um método para polarizar uma parcela da sociedade brasileira. Um método que ignora o drama das centenas de milhares de vítimas da Covid. Um método que ignora o drama econômico e social que o nosso povo vive de desemprego, desalento e fome”, denunciou o parlamentar, que considera também que o país tem que limitar a ação das chamadas “big techs”.

“A Câmara dos Deputados vai votar nos próximos dias um projeto de lei para criar mecanismos para combater fake news, para combater a desinformação. Para mim é motivo de orgulho ter essa responsabilidade de relator”, disse Orlando.

“Nós não queremos que no Brasil haja uma hipertrofia das plataformas das “big techs”, que possam, ao seu bel prazer, dizer o que pode e o que não pode ser publicado. Mas, ao mesmo tempo, nós não podemos conciliar com uma usina de fake news que é o Bolsonaro e o bolsonarismo”, acrescentou o deputado. Na opinião do relator do projeto, o país tem que fazer um esforço para “construir uma regra para garantir acesso à informação, estimular educação digital e midiática”.

Quadrilha de desinformação

Ele defendeu a criação de “mecanismos para se produzir provas e sobretudo seguir o dinheiro, seguir quem financia, quem paga essa quadrilha que produz desinformação no Brasil”. “Essa é nossa estratégia. Não é simples, não é fácil, mas vamos, pacientemente, construindo um caminho para bloquear a onda de desinformação que viabilizou a eleição de Bolsonaro”, apontou o deputado.

As afirmações irresponsáveis de Bolsonaro foram feitas em sua última live, na quinta-feira (21). As mentiras antivacina disseminadas por ele aumentaram a convicção de que Bolsonaro é um criminoso, como apontou o relatório da CPI da Covid. Ao ligar as vacinas à ocorrência de Aids, Bolsonaro ultrapassou todos os limites aceitáveis à convivência humana, à civilização – em suma, desonerou em cima do país toda a sua indigência antissocial e perversa.

Fala contra a vacina

É este tipo de crime que o deputado Orlando Silva defende que seja balizado pela nova lei. A CPI da Covid foi na mesma direção e decidiu enviar a fala da live contra a vacinação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e aprovou também a quebra de sigilo telemático de Bolsonaro.

Em sua cruzada mórbida a favor do vírus, Bolsonaro defendeu desde o início que a população se infectasse o mais amplamente possível, na chamada “imunidade de rebanho”. Combateu as vacinas desde o seu nascedouro. Se dependesse só dele não haveria vacinas e nem máscaras. Agora, com essas declarações, e a sua repetição, nesta quarta-feira (27), só reforçam a necessidade, apontada pelo deputado Orlando Silva, de punição rigorosa.

Fonte: Hora do Povo