Desigualdade entre negros e não negros se aprofunda durante a pandemia

Um estudo do Dieese mostra que os negros e não negros se inserem de forma distinta no mercado de trabalho e os indicadores refletem essa diferença

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A pandemia de covid-19 afetou todos os trabalhadores, mas os impactos foram mais intensos sobre os negros. Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta sexta-feira (19), mostra que os negros e não negros se inserem de forma distinta no mercado de trabalho e os indicadores refletem essa diferença.

Com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre o 1º e o 2º trimestre de 2020, o estudo destaca que de 8,9 milhões de homens e mulheres que saíram da força de trabalho – perderam empregos ou deixaram de procurar colocação por acreditarem não ser possível conseguir vaga no mercado de trabalho – 6,4 milhões eram negros ou negras.

“A partir do momento em que as pessoas começaram a buscar voltar ao mercado de trabalho, a taxa de desocupação cresceu. A comparação do volume da força de trabalho do 2º trimestre de 2021 com o mesmo período de 2020 mostra que a força de trabalho negra cresceu 3,8 milhões (1,79 milhões de homens e 1,97 milhões de mulheres). Já entre os não negros, o aumento foi de 2,3 milhões (963 mil homens e 1,38 milhões de mulheres)”, informa o Boletim.

Para os negros, a taxa de desemprego é sempre maior do que a dos não negros. Enquanto para os homens negros, ficou em 13,2%, no 2º trimestre de 2021, para os não negros, foi de 9,8%. Entre as mulheres, a cada 100 negras na força de trabalho, 20 procuravam trabalho, proporção maior do que a de não negras, 13 a cada 100.

Confira aqui o estudo completo.

Fonte: Reconta Aí