Cresce a vantagem de Lula sobre Bolsonaro, aponta pesquisa

Segundo o levantamento, 62% não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, contra 45% que rejeitam Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou sua vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro nas intenções de votos para as eleições 2022. Conforme pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta sexta-feira (26), mesmo com a entrada do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na disputa, Lula mantém 42% de preferência do eleitorado nas duas simulações estimuladas de primeiro turno.

O petista é seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que aparece com 25% ou 24% das menções, dependendo da lista de candidatos. Com isso, a vantagem de Lula passou de 14 pontos percentuais, em outubro, para 17, embora os cenários não sejam plenamente comparáveis ‒ já que as listas de candidatos foram modificadas ao longo da série histórica.

Os dois são seguidos por Moro e pelo ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que aparecem respectivamente com 11% e 9% das intenções de voto nas duas simulações de primeiro turno. Como a margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais, o quadro configura empate técnico entre os possíveis candidatos.

Em abril de 2020, ainda não filiado a nenhum partido político, Moro chegou a contar com o apoio de 18% do eleitorado. Aquele período marcou o rompimento com Bolsonaro e a saída do Ministério da Justiça, sob alegação de sucessivas tentativas de interferência do presidente sobre a Polícia Federal. O episódio marcou o racha entre o bolsonarismo e o lavajatismo.

O Ipespe mostra que, no cenário 1, o terceiro pelotão é ocupado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 2%; o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o cientista político Luiz Felipe D’Ávila (Novo) ‒ os três com 1% cada. Os chamados “não votos” (brancos, nulos e indecisos) somam 9% do eleitorado.

Já no cenário 2, o grupo é ocupado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), Mandetta ‒ com 2% cada ‒, Pacheco e D’Ávila ‒ com 1% cada. Outros 8% não votariam em ninguém ou não responderam ao questionamento.

Na pesquisa espontânea, Lula lidera com 32% das menções. Bolsonaro aparece com 22%, enquanto Ciro e Moro dividem a terceira posição com 3% cada. Doria tem 1%, enquanto outros possíveis candidatos não conseguiram atingir 1%. Os “não votos” somam 38%.

A pesquisa também mediu o nível de apoio e rejeição aos nove candidatos testados. Segundo o levantamento, 62% não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, contra 45% que rejeitam Lula. Por outro lado, 26% afirmam que com certeza votariam no atual presidente e 8% poderiam votar. No caso do petista, são 41% e 13%, respectivamente.

A seguir, Doria tem o nível mais alto de rejeição: 53%. Ele é seguido por Moro e Mandetta, ambos com 50%. O ex-juiz, por outro lado, é o possível candidato que, no grupo, conta com o maior número de eleitores que declaram voto convicto: 12%. Já Ciro Gomes lidera na faixa de potenciais eleitores, com 39% das menções.

Foram feitas oito simulações de segundo turno. Lula aparece em cinco delas, superando seus adversários com vantagem superior ao limite da margem de erro. Contra Bolsonaro, a diferença subiu para 20 pontos percentuais. Os dois passaram oito meses tecnicamente empatados, mas a partir de junho Lula assumiu a dianteira da disputa e passou a costurar vantagem.

Quando testado com Moro, Lula aparece com 51% das intenções de voto, contra 34% do ex-juiz. Seis meses atrás, a diferença era de 3 pontos, o que configurava empate técnico. Moro chegou a liderar a disputa com vantagem superior à margem de erro em três pesquisas realizadas no ano passado. Lula também derrotaria Ciro (50% a 27%), Doria (51% a 22%) e Leite (52% a 20%). Em todos os casos, a vantagem de Lula sobre os potenciais adversários supera os 17 pontos percentuais.

Além do cenário contra Lula, o nome de Bolsonaro é testado contra três potenciais adversários. O presidente não aparece à frente em nenhuma simulação. Contra Ciro Gomes, a distância cresceu para 11 pontos percentuais (44% a 33%). Contra Doria, a desvantagem de Bolsonaro chegou a sete pontos (42% a 35%), superior à margem de erro. Já contra Leite o quadro é de empate (35% a 35%).

O levantamento também mostrou um leve recuo no grau de interesse dos eleitores no pleito de 2022. Segundo a pesquisa, 47% dizem estar muito interessados na disputa – 7 pontos percentuais a menos do que no pico observado em setembro. Já os eleitores com “algum interesse” oscilaram de 14% para 15% no período. O grupo dos “pouco interessados” ou sem nenhum interesse no processo eleitoral, por outro lado, foi de 31% para 37% nesses dois meses.

A pesquisa XP/Ipespe ouviu por telefone mil eleitores, de todas as regiões do Brasil, entre os dias 22 e 24 de novembro.

Com informações do InfoMoney