Aumento da pobreza na pandemia afasta crianças e jovens das escolas

Evasão escolar aumentou 171% entre estudantes de 6 a 14 anos no Brasil. Falta de dinheiro para o transporte, aumento da pobreza, dificuldades no ensino remoto e no acesso à educação estão entre os motivos na maior queda de matrícula desde 2012

Uma das áreas mais afetadas pela pandemia é a educação - Foto: Reprodução

Pelo menos 244 mil estudantes de 6 a 14 anos estão fora das escolas no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que crianças e jovens não estavam matriculados no segundo trimestre deste ano por causa dos efeitos da pandemia.

O crescimento na evasão escolar teve alta de 171,1% em relação ao mesmo período de 2010, e é o menor desde 2012. Esses são os primeiros dados divulgados pelo IBGE sobre os efeitos da pandemia na educação. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, e tabulados pelo movimento Todos pela Educação.

Em entrevista ao Estadão, o líder de políticas educacionais do Todos pela Educação, Gabriel Corrêa, afirma que as crianças e jovens mais afetados são os mais pobres.

Aumento da pobreza

O Brasil vive as sequelas da negligência de Jair Bolsonaro, que leva na conta do seu desgoverno mais de 14 milhões de desempregados e mais de 19 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar.

O aumento da pobreza, os problemas no acesso à educação como a falta de dinheiro para o transporte até a escola, as inúmeras dificuldades financeiras das famílias que precisam de ajuda para complementar a renda, e ter que comer, estão entre os motivos do afastamento de jovens e crianças do ambiente escolar.

Conforme o secretário estadual da Educação do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques, o número de pessoas de baixa renda aumentou no Estado e com o retorno 100% das aulas presenciais, parte dos alunos não retornaram às escolas por falta de dinheiro para o transporte.

“O número de pessoas de baixa renda aumentou. No retorno 100% presencial, parte dos alunos não veio por falta do dinheiro para o transporte”, disse o secretário estadual da Educação do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques. O Estado prevê ações para resgatar o vínculo, como oferta de aulas com cursos profissionalizantes.

Atraso na carreira escolar

Os dados do IBGE também alertam para o aumento de crianças e jovens que, mesmo matriculados, ficaram atrasados na carreira escolar.

Em 2021, o Brasil teve crescimento de estudantes de 6 a 14 anos matriculados na pré-escola, uma etapa voltada para crianças de 4 e 5 anos. Também houve aumento de jovens de 15 a 17 anos ainda no fundamental.

Fonte: Agência PT com informações do Estadão