Vice da Câmara deixa PL para não subir no palanque de Bolsonaro

Marcelo Ramos é um dos maiores críticos de Bolsonaro e já havia declarado que não mudaria de posição após a filiação do presidente ao partido no último dia 30

(Foto: Pablo Valadares/Agência Câmara

Por considerar incompatível estar no mesmo partido e palanque de Bolsonaro, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (AM), anunciou nesta terça-feira (7) sua desfiliação do PL. De acordo com o parlamentar, sua saída foi decidida num café da manhã com o presidente nacional da legenda, Valdemar da Costa Neto.

Ramos é um dos maiores críticos de Bolsonaro e já havia declarado que não mudaria de posição após a filiação do presidente ao partido no último dia 30. Ele disse que pode vir a apoiar qualquer outro candidato, mas descartou apoio ao atual presidente.

Pelo acerto, o PL não vai exigir dele o mandato e nem cargo que ocupa na Mesa da Casa. Mesmo assim, Ramos avisou que vai ingressar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com “uma ação de ajuizamento declaratória de justa causa” para consolidar sua desfiliação. Se houver decisão antes da abertura da janela partidária, ele anuncia definitivamente sua saída. Enquanto isso, mantém conversas com outras legendas como PDT, PSB, PSD e Solidariedade. “Que bom que os casamentos às vezes acabam de forma amigável”, afirmou.

“O anuncio nessa etapa é minha decisão de desfilar do PL (…) Na certeza de que eu não sairia de um partido por conta de Bolsonaro para ir para um partido da base do presidente. Vou procurar um partido de conduta independente como tem sido minha postura na Casa”, disse aos jornalistas em coletiva.

O deputado amazonense admitiu que ele não será o único do partido a deixar a legenda por causa de Bolsonaro. “Tem alguns deputados que têm problemas estaduais que são insuperáveis”, disse.

Além de Ramos, devem deixar a sigla mais quatro nomes na Câmara. São eles: os deputados Junior Mano (CE), aliado dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT); Fabio Abreu (PI), aliado do governador Wellington Dias (PT); Sergio Toledo (AL), que já foi do PSB e PDT; e Cristiano Vale (PA), aliado do governador Helder Barbalho (MDB).

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