Bolsonaro e Moro têm muito em comum, diz cientista político

O sociólogo Alberto Carlos Almeida explicou que, dentro do limite da margem de erro, a rejeição dos dois coincide numericamente

Foto: Carolina Antunes/PR

Apesar da tentativa permanente de colocar Lula e Bolsonaro como dois lados da mesma moeda, e Sergio Moro como uma alternativa diferente, a realidade mostra outra situação. Ao contrário do candidato petista, Bolsonaro e Moro têm muito em comum.

Além dos afetos – que fizeram a esposa da Moro dizer que Bolsonaro e ele eram “uma coisa só”; dos projetos políticos que os colocaram lado a lado em temas como meio ambiente, segurança pública e o apoio à política econômica ultralibeal de Paulo Guedes, os dois ainda se unem em mais uma coisa: a rejeição.

“Em dezembro, 64% disseram que conhecem e não votariam em Bolsonaro e 61% afirmaram o mesmo para Sergio Moro. Segundo a margem de erro de dois pontos percentuais, Moro pode estar entre 59% e 63% e Bolsonaro entre 62% e 66%. Ou seja, dentro do limite inferior da margem de erro aplicada a Bolsonaro e no limite superior de Moro, a rejeição dos dois coincide numericamente”, explicou o sociólogo e professor universitário Alberto Carlos Almeida, com base nos resultados da érie de pesquisas Genial/Quaest.

Além dos números, o professor destaca a grande estabilidade da rejeição e a distância entre os dois candidatos e Lula. Almeida relembra que Moro foi um dos superministros de Bolsonaro ao lado de Paulo Guedes, e essa proximidade ao atual presidente, mesmo que em um passado recente, faz com que a população os identifiquem como candidaturas parecidas. “A inércia da opinião pública é muito grande, o provável é que na rejeição eles permaneçam sendo uma coisa só”, disse, ressaltando que essa identificação não se dissolve “com tanta facilidade”.

Fonte: Reconta Aí