“Missa do Galo”: Papa Francisco defende dignidade dos trabalhadores

Celebração deste ano, diferentemente de 2020, contou com a presença de cerca de 1,5 mil fiéis na Basílica de São Pedro

O papa Francisco defendeu a dignidade dos pobres e dos trabalhadores no mundo atual, fazendo um paralelo com o que é visto no presépio de Jesus. A mensagem do pontífice ocorreu na tradicional “Missa do Galo”, na noite desta sexta-feira (24), véspera de Natal. A celebração deste ano, diferentemente de 2020, contou com a presença de cerca de 1,5 mil fiéis e foi realizada na Basílica de São Pedro.

Segundo Francisco, é tempo da “graça da pequenez” em um mundo que é tão desejoso de grandes imagens, honrarias e altos cargos. “Isso é o que temos que pedir de Natal: a graça da pequenez. Senhor, nos ensine a amar a pequenez e ajude a entender que esse é o caminho para verdadeira grandeza”, afirmou.

Em outra parte da homilia, Francisco alertou para quem são os “pequenos” da nossa sociedade atual. “É amar os últimos, servir Jesus nos pobres. São eles os mais parecidos com Jesus, que nasceu pobre e é neles que Jesus é honrado”, acrescentou. Para o líder católico, a noite de Natal deve ter apenas uma preocupação para os cristãos, que é “ferir o amor de Deus, ferindo-o desprezando os pobres com a nossa indiferença” porque são eles os “preferidos de Deus”.

Falando sobre os trabalhadores, o papa fez um paralelo entre os pastores – que foram os mais “próximos de Jesus porque estavam trabalhando” – e a sociedade atual. Segundo Jorge Bergoglio, também os pastores eram pobres e não “podiam escolher o horário de trabalho”. Por isso, tinham de seguir o ritmo de suas cabras.

“Jesus nasceu ali, perto dos pastores, perto da periferia. Ele está onde a dignidade do homem é colocada à prova. Ele veio para os excluídos e se revela para eles, não para personagens cultos e importantes, mas para os pobres que trabalhavam”, pontuou.

Em um trecho mais duro, Francisco afirmou que “é importante dar dignidade para o homem com o trabalho, mas também dar dignidade ao trabalho do homem porque ele é o senhor, não o escravo do trabalho. Ele criticou as mortes decorrentes de acidentes de trabalho. “No dia da Vida, vamos repetir: chega de mortes no trabalho. E nos empenhemos sobre isso”, disse ainda.

Falando ainda sobre riqueza e pobreza, o papa pediu um olhar novo para o presépio em que se perceba que, ao lado de Jesus, os “pobres e os ricos”, na figura dos pastores e dos Reis Magos, se misturam e tudo congrega de maneira conjunta. “Tudo se recompõe quando o centro é Jesus. Não nossas ideias sobre o que é Jesus, mas quem ele é”, pontuou.

Com informações da Ansa Brasil