De 12 mil a 45 mil: a escalada de contágios da covid em 4 dias

O aumento tem sido de quase 500% em relação aos dados anteriores ao período de festas de fim de ano.

Unidade de saúde de Belo Horizonte lotada de pacientes com dificuldades respiratórias

O Ministério da Saúde registrou desde o início da pandemia 22.386.930 pessoas infectadas pelo coronavírus. Entre ontem e hoje, o governo confirmou 35.826 diagnósticos positivos da doença, enquanto o consórcio da imprensa coletou nas secretarias estaduais de saúde 45.717 testes positivos para o novo coronavírus.

O número revela uma escalada alarmante que vai dos 12.292 casos registrados na segunda-feira (3), 19.091 na terça (4), 27.578 ontem (5) e os 45.717 desta quinta (6). Estes números podem refletir um aumento de óbitos nas próximas semanas, caso a falta de proteção vacinal em mais de 30% da população afete esta parcela de doentes.

Em seu pior momento, a média móvel de casos chegou à marca de 77.295 novos casos diários, no dia 23 de junho de 2021.

A média móvel de casos subiu para 17.100, a maior desde 6 de outubro de 2021, quando estava em 17.102. O aumento foi de 477% na comparação com duas semanas atrás. Apesar da desconfiança de que os altos números sejam afetados pelo represamento devido ao apagão de dados do sistema do governo, devido a ataque hacker, há outras sinalizações de que o aumento é real. Houve uma explosão na testagem positiva das farmácias, contaminações generalizadas em navios cruzeiros e lotação de unidades de saúde e hospitais.

Gráfico de contágios revela curva ascendente vertical nos primeiros dias de 2022.

Ontem, o total de casos acumulados estava em 22.351.104. Ainda há 140.453 casos em acompanhamento, de pessoas que tiveram o quadro de covid-19 confirmado. Ontem, o número de pessoas infectadas com casos ativos estava em 116.118.

As secretarias de Saúde contabilizaram até o momento desde o início da pandemia 619.641 mortes em decorrência da covid-19. Nas últimas 24 horas, foram confirmadas 128 novas mortes. Ontem (5), o painel de informações do ministério registrava 619.513 óbitos.

Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias chegou a 101. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -10%, indicando tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes da doença.

Gráfico mantém a estabilidade de baixos números de mortes no início de 2022

Ainda há 2.830 mortes em investigação, dados que não vêm sendo atualizados nos últimos dias. As mortes em investigação ocorrem pelo fato de haver casos em que o paciente faleceu, mas a investigação se a causa foi covid-19 ainda demanda exames e procedimentos posteriores.

Estados

Segundo o balanço do Ministério da Saúde, no topo do ranking de estados com mais mortes por covid-19 registradas até o momento estão São Paulo (155.311), Rio de Janeiro (69.520), Minas Gerais (56.712), Paraná (40.906) e Rio Grande do Sul (36.473).

Já os estados com menos óbitos resultantes da pandemia são Acre (1.852), Amapá (2.024), Roraima (2.078), Tocantins (3.947) e Sergipe (6.060). Entre ontem e hoje não houve novas mortes no acre, Amapá e Roraima.

O dado que mais chama atenção nesta quinta é o de casos registrados no Piauí em 24 horas. Foram mais de 9,6 mil, o maior da série histórica do estado. A secretaria explicou que o número é referente a casos represados desde o começo de dezembro, resultado da instabilidade no sistema do ministério.

Nove estados apresentam alta de óbitosPA, MT, BA, SE, AM, CE, PE, SC, RO.

Vacinação: 67,48%

Até esta quinta-feira, foram aplicados 331 milhões de doses, sendo 161,5 milhões com a primeira dose e 143,9 milhões com a segunda dose ou dose única. Outros 15,5 milhões já receberam a dose de reforço. Completamente imunizados representam 67,48%. Dose de reforço foi aplicada em 28.482.658 pessoas.

A lentidão para o aumento deste volume pode estar relacionado com o fato de 13 estados não terem divulgado dados da vacinação, nesta quinta. Pode ocorrer um represamento de notificações que se reflita nos próximos dias.

A dose de reforço foi aplicada em 28.482.658 pessoas, o que corresponde a 13,35% da população.

Um total de 161.560.434 pessoas, o que representa 75,74% da população, tomou ao menos a primeira dose de vacinas.

Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde em 06/01/2022
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