Após lotação pela covid, médicos podem paralisar atendimento primário

Com equipes desfalcadas pela covid, médicos ameaçam greve em São Paulo. Categoria reivindica reposição de profissionais e pagamento de hora extra

Emergência hospitalar

Com unidades de saúde superlotadas, falta de medicamentos, equipes exaustas e doentes, médicos da Atenção Primária à Saúde (APS), que atendem nas unidades básicas de São Paulo, discutiram na noite desta quinta-feira (13) a possibilidade de greve.

A situação se agravou nas últimas semanas com o avanço da variante ômicron e da epidemia de influenza, que levou ao afastamento de 1.600 profissionais da rede municipal, mais que o dobro de um mês atrás. A rede estadual vive problema semelhante, assim como os efeitos chegaram à rede privada e atingem outras capitais.

Os médicos da rede municipal paulistana exigem a contratação de mais equipes para atendimento e pagamento das horas extras, pois têm trabalhado aos sábados sem garantia de pagamento adicional, devido à política de banco de horas. Reclamam também de trabalhar em regime de pronto socorro permanentemente, o que leva à exaustão dos profissionais e abandono dos pacientes crônicos. Tudo isso se junta à falta de medicamentos básicos de uso diário.

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Rede Privada também enfrenta lotação e atendimento caótico
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O clima de insatisfação da população leva à agressões, enquanto os profissionais ficam doentes por falta de equipamentos de proteção contra as doenças. Segundo apuração da reportagem da Folha de S. Paulo, os profissionais que se demitem são atraídos para a iniciativa privada.

A Secretaria Municipal da Saúde, por sua vez, informa que autorizou o pagamento de horas extras aos profissionais que estão trabalhando aos sábados pelo OSS. E que elas também já tiveram autorização para contratar médicos e equipes para atender ao aumento da demanda.

A secretaria admite o desabastecimento de medicamentos, que atribui a problemas de importação e cancelamento de compras já empenhadas, devido à pandemia.

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