Covid: Brasil registra 110,2 mil casos com desconfiança sobre dados de SP

Média móvel de novos casos conhecidos passou de 68 mil por dia, próximo do pico de 77 mil de junho de 2021.

A instalação Renascimento, formada por 365 manequins suspensos, homenageia as vítimas da pandemia de covid-19 e os profissionais de saúde. A obra do artista plástico Siron Franco está exposta a partir deste sábado (15) no jardim do museu Casa das Rosas, na Avenida Paulista, em São Paulo. © Divulgação/ Secretaria de Cultura de São Paulo

O Brasil tem, no acumulado desde o início da pandemia, 22,9 milhões de casos confirmados de covid-19 e 620,7 mil mortes registradas, segundo boletim epidemiológico divulgado hoje (14) pelo Ministério da Saúde. Os dados foram divulgados com desconfianças sobre dados do país mais populoso do país, segundo reportagem do G1. Além disso, a promessa de total retomada do sistema de informações do Ministério da Saúde, nesta sexta-feira (14), não se cumpriu, mais uma vez.

Desde o apagão de dados Ministério da Saúde, em 9 de dezembro, São Paulo vem notificando uma quantidade de casos abaixo da proporção nacional que vinha apresentando, e abaixo da quantidade de estados menos populosos. Até a Prefeitura de São Paulo notifica mais contágios que o estado inteiro. Especialistas cobram explicações do governo do estado, que nega a irregularidade. O único estado que apresenta esse tipo de discrepância, mas admite falhas do sistema de notificação é a Bahia.

A proporção de notificações de São Paulo caiu de 20% do total nacional de casos para 6,3%, segundo cálculo da reportagem. Enquanto isso, outros estados mantém a mesma proporção que sempre tiveram. Ou seja, não se trata de uma queda natural de contágios, mas de uma mudança na proporção nacional, como se o estado tivesse ficado 13,7% menos populoso.

Além disso, o aumento de internações e risco de lotação de leitos é visível em S˜ão Paulo, o que também coloca em dúvida o sistema de notificação de casos que não está compatível.

Nas últimas 24 horas, o ministério registrou 112,2 mil. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 68.160  a maior registrada desde 28 de junho do ano passado (quando estava em 68.231). Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +743%, indicando tendência de alta nos casos da doença.

É o terceiro maior registro de casos conhecidos em um único dia. O recorde até aqui ocorreu em 18 de setembro de 2021, com 125.053 casos registrados, mas isso teve forte influência de mais de 100 mil registros represados do RJ, incluídos no mesmo dia. Na segunda marca mais alta (114.139), em 23 de junho de 2021, o número foi insuflado por mais de 36 mil casos do RN que estavam retidos no sistema.

Em seu pior momento, a curva da média móvel nacional de casos chegou à marca de 77.295 novos casos diários, no dia 23 de junho de 2021.

O país também registrou 251 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 620.847 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 138. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +42%, indicando tendência de alta nos óbitos decorrentes da doença.

Dois estados não tiveram registro de morte nesta segunda: AC e RR.

Curva de mortes nos estados

O estado de São Paulo tem o maior número de casos acumulados desde o início da pandemia, com 4,4 milhões de casos e 155,6 mil óbitos. Em seguida estão Minas Gerais (2,3 milhões de casos e 56,7 mil óbitos); Paraná (1,6 milhão casos e 40,9 mil óbitos) e Rio Grande do Sul (1,5 milhão de casos e 36,5 mil óbitos). 

O número de estado com aceleração de mortes continua aumentando. Dos 13 estados que vinham apresentando alta nos últimos dias, agora são 17 estados (AL, SE, PA, PI, SP, MT, AC, BA, PR, RN, MS, AM, MG, RS, RO, MA, TO). Apenas 5 mais o DF estão em queda (PE, CE, RJ, PB, DF, RR).

Estados em vermelho começam a ocupar todo o mapa

O ministério também informou que foram registrados 627 casos de pessoas infectadas pela variante Ômicron em 16 unidades da Federação, além de duas mortes. 

Vacinação: 68,1%

Os dados do consórcio de veículos de imprensa desta sexta-feira (14) mostram que 145.276.962 pessoas estão totalmente imunizadas. Este número representa 68,1% da população. A dose de reforço foi aplicada em 32.353.381 pessoas, o que corresponde a 15,17% da população.

13 estados não divulgaram dados da vacinação.

Estados com maiores percentuais de totalmente imunizados (2ª dose + dose única): SP (79,24%), PI (75,47%), MG (73,05%), MS (72,78%), CE (71,34%).

Autor