Governo Bolsonaro derrubou investimentos em ciência e tecnologia em quase 75% em relação a 2015

Proporção de investimento do PIB brasileiro em ciência (1,26%) é menor do que a média mundial (1,79%).

Ciência e tecnologia

O valor em orçamento dedicado à ciência e tecnologia neste ano é 73,4% menor do que o de 2015. O desinvestimento é crescente desde 2016, seguindo a política de cortes iniciada no governos Temer e aprofundada por Bolsonaro. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os investimentos tiveram um ciclo consistente de ampliação no governos petistas, atingindo o pico em 2013, no governo Dilma.

Cerca de 93,8% do orçamento da Capes e 70,9% do CNPq são destinados a bolsas de estudo, capacitação e outras ações de fomento científico. Somadas ao FNDCT, já controlaram 40% de toda a verba federal para a área de ciência e tecnologia. Hoje recebem 28% da verba total.

O mesmo valor do início dos anos 2000, quando o Brasil tinha um número bem menor de pesquisadores – que ainda é baixo: o país possui uma média de 888 pesquisadores por milhão de habitante, enquanto a média mundial é de 1.368. A Argentina, por exemplo, apresenta uma média de 1.192.

Para completar o cenário de desmantelamento, em 2021 o presidente sancionou um orçamento que reduziu em R$ 1 bilhão a verba para 69 universidades federais, 18% a menos do que em 2020, o que deixa para as instituições metade do que tinham há cinco anos. É um sucateamento planejado.

Se o desenvolvimento por muito tempo esteve atrelado ao investimento em infraestrutura, hoje também depende cada vez mais de pesquisa e inovação. O corte nas verbas, além de interromper pesquisas em andamento, prejudica no longo prazo o desenvolvimento econômico e científico do País. A porcentagem de investimento do PIB brasileiro em ciência (1,26%) é menor do que a média mundial (1,79%).

Com informações do Portal Reconta Aí