Sob governo Bolsonaro, miséria, fome e desemprego explodem no Brasil

O economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais FGV Social e ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo Dilma alerta que a desigualdade aumentou demais

Miséria cresceu no governo Bolsonaro – Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A miséria no Brasil explodiu nos últimos três anos e nem mesmo o pagamento do Auxílio Brasil pelo governo Bolsonaro é capaz de impedir que aumenta a pobreza e a desigualdade no país. O valor médio do benefício, no valor de R$ 407,54, não é suficiente para comprar uma cesta básica em nenhuma das 17 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). E mais de 500 mil brasileiros sequer tiveram a oportunidade de receber o benefício e ainda estão na fila da miséria. A situação é dramática para milhões de brasileiros.

“Foi pra isso que acabaram com o Bolsa Família? O Brasil de Bolsonaro é o país da fome, do desemprego, da inflação, da violência, do desmatamento e do desmonte do estado”, critica o senador Rogério Carvalho (PT-SE). A cesta mais barata foi encontrada em Aracaju (SE), por R$ 507,82. São Paulo é a capital com a cesta básica mais cara do país: R$ 713,66, em média.

O economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais FGV Social e ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo Dilma alerta que a desigualdade aumentou demais. “A extrema pobreza baseada em renda aumentou em todos os anos [mais recentes]”, lamenta. “Isto se deveu à grande recessão brasileira, ao aumento de desigualdade de renda do trabalho e ao enxugamento de programas sociais como o Bolsa Familia”.

Nesta terça-feira, 8, o jornal Washington Post denuncia que a pandemia deixou o Brasil mais empobrecido, mais desigual e com maior número de desempregados. “A inflação subiu acima de 10%. O custo da gasolina em alguns locais está em níveis recordes. Quase 20 milhões de brasileiros relataram que passaram fome recentemente. À medida que as pessoas ficam em atraso e perdem suas casas, novas favelas – comunidades informais muitas vezes fundadas por moradores de rua – estão crescendo em todo o país”, aponta o diário estadunidense.

O Washington Post entrevistou 30 pessoas na cidade de Sertânia, em Pernambuco a grande maioria beneficiária do programa Auxílio Brasil, criado por Bolsonaro em substituição ao Bolsa Famílias. Segundo o jornal, apenas três admitiram que planejam votar no presidente em outubro. A imensa maioria vai de Lula.

“Nas ruas mais pobres, onde os empregos são escassos e muitos têm dificuldade para alimentar suas famílias, veio uma resposta semelhante”, escreve o correspondente Terrence McCoy. “Votar em Bolsonaro?”, gargalhou Sabrina Campos Dionísio, 22. “Ele destruiu o Nordeste”. “Na época de Lula, todo mundo podia comprar um carro”, diz.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) diz que a maioria do povo apóia Lula porque na época em que o PT estava à frente da Presidência da República, a vida das pessoas era melhor. “O Brasil precisa de Lula para distribuir renda, gerar emprego e voltar a ser feliz”, aponta. Até janeiro, 17,5 milhões de famílias estavam cadastradas para receber o Auxílio Brasil. A maior parte — 8,3 milhões — está na região Nordeste, à frente de Sudeste (5 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste (893 mil).

Fonte: PT no Senado