Novo presidente da Fiesp critica governo Bolsonaro

Filho de José Alencar (1931-2011), vice-presidente de Lula por dois mandatos, o empresário Josué Gomes da Silva diz que gestão bolsonarista entrará para a história como “um governo que produziu muitos ataques às instituições, às vacinas, à Anvisa, à urna eletrônica, à imprensa”.

Josué Gomes. Foto: Reprodução da internet - Geraldo Magela/Agência Senado.

O novo presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, afirmou nesta quinta-feira (17) que a gestão de Bolsonaro será lembrada como “um governo que produziu muitos ataques às instituições, às vacinas, à Anvisa, à urna eletrônica, à imprensa”.

“Quem sabe, se ele ganhar um segundo mandato, tem chance de passar para a história com uma outra imagem. Se o povo do Brasil o escolher, não há problema. Torço para que faça diferente, se ele se reeleger”, declarou em café da manhã com jornalistas.

O empresário, que é filho de José Alencar (1931-2011), vice-presidente de Lula por dois mandatos, defendeu que a entidade seja “apartidária” e “apolítica”, o que significa uma mudança de orientação em relação à gestão anterior, de Paulo Skaf, que apoiou o golpe à presidenta Dilma Rousseff.

De acordo com o novo presidente, “se a Fiesp tiver que gastar recursos para fazer campanha, ela será para conscientizar a população que a educação é a prioridade número 1, número 2 e número 3 para o país”. Para Gomes, “o Brasil não precisa temer quem ganhar a eleição”. “Não existe risco para o país com eleição de candidato A ou B”. “Temos que confiar no povo brasileiro, na urna eletrônica e no TSE”, acrescentou.

Ao comentar a recente declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a diminuição de temores no mercado quanto a uma mudança de governo, Josué concordou e disse que Campos Neto “está dizendo o óbvio”. Para ele, “o país pode continuar de maneira mais rápida e mais célere, dando dignidade a seu povo, ou não, mas não vai acabar”. “As instituições no Brasil são fortes. Estão sob ataque constantemente, mas são fortes”, enfatizou.

Josué defendeu que o Estado tenha alguma presença na economia, o que mostra uma divergência com o ministro Paulo Guedes, defensor da total ausência do Estado. “Nem mínimo e nem máximo. Tem que ser o Estado necessário”, disse, acrescentando que “o fim é o homem” e que “a economia é o meio”.

O empresário, que é dono da Coteminas, disse que a carga tributária no Brasil tem contribuído para o processo de desindustrialização do país. Ele disse que a Fiesp irá trabalhar em um projeto de reforma tributária e que a falta de consenso no setor privado também atrapalha a aprovação. “Não adianta ser tecnicamente perfeita se não aprovar nunca”, disse.

Com informações dos portais Brasil 247, Metrópoles e Valor.