Novo presidente do TSE convoca sociedade para combater as fake news

“É urgente e imprescindível: a união de atores comprometidos com o sistema democrático, a fim de preservar, mediante suas vozes, o protagonismo da verdade no sistema informativo”, destacou o ministro Edson Fachin

(Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

Após tomar posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira (22), o ministro Edson Fachin fez uma dura defesa da democracia e convocou a sociedade e as instituições para combater a desinformação no processo eleitoral. Segundo ele, é preciso agregar a sociedade pelo bom exemplo, cabendo às lideranças e instituições repelir a cegueira moral e incentivar a elevação do espírito cívico e condutas de boa-fé respeitosas.

 “É urgente e imprescindível: a união de atores comprometidos com o sistema democrático, a fim de preservar, mediante suas vozes, o protagonismo da verdade no sistema informativo”, destacou, ao afirmar que a desinformação não tem a ver apenas e somente com a distorção sistemática da verdade, ou seja, com a normalização da mentira.

“A desinformação vai além e diz também com o uso de robôs e contas falsas, com disparos em massa, enfim, com todas as formas de comportamentos inautênticos no mundo digital. Diz, mais, com a insistência calculada em dúvidas fictícias, bem ainda com as enchentes narrativas produzidas com o fim de saturar o mercado de ideias, elevando os custos de acesso a informações adequadas”, detalhou Fachin.

Segundo ele, a Justiça Eleitoral, como instituição responsável pelo processamento pacífico das diferenças políticas, tem o papel de acolher a verdade e promover a tolerância, bem como está sempre aberta ao diálogo e aos aprimoramentos.

Ele disse ainda que o país alcançou a maturidade democrática nessas três décadas com enorme ganho institucional e assume a nova função atento aos desafios de preservar o marco civilizatório conquistado até aqui e evitar desgastes institucionais. Para Fachin, o patamar democrático alcançado é “um direito inalienável do povo” e “dele retroceder é violar a Constituição”, uma vez que “a democracia é, e sempre foi, inegociável”.

Tensão

Fachin toma posse em um momento de tensão entre o Executivo e o Judiciário. O sistema eleitoral brasileiro vem sendo atacado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores sistematicamente desde o ano passado.

Em dos picos de tensão entre os Poderes, o TSE teve que desmentir em tempo real informações falsas e ilações que colocavam em xeque a integridade do sistema eleitoral feitas pelo presidente em uma live.

Antes, o mandatário já havia feito reiterados ataques ao então presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso. Na ocasião, Barroso divulgou nota em que chama de “lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo” as declarações do chefe do Executivo.

Chamado de “idiota” e “imbecil” por Bolsonaro durante encontro com fãs de cercadinho em julho de 2022, em Brasília, Barroso também disse que não vai parar para “bater boca”. “Mas eleição vai haver, eu garanto”, disse, rebatendo a ameaça feita pelo chefe de estado, para quem “corremos risco de não termos eleições ano que vem”.

Clique aqui para ler o discurso de posse de Fachin

Com informações do TSE e do Conjur

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