Jandira Feghali: Chegamos a março com enorme desrespeito à luta das mulheres

“Por ser o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, inúmeras proposições poderiam ser votadas para abrir estes dias com conquistas há muito cobradas por nós, mas a realidade não é essa”, disse a deputada

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Às vésperas do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a deputada federal e vice-presidenta do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), falou, em suas redes sociais nesta quarta-feira (2), sobre projetos que buscam assegurar direitos à população feminina e criticou o governo Bolsonaro e sua base pela falta de empenho para pautas desta natureza.

“Chegamos ao mês de março com enorme desrespeito à luta das mulheres. Por ser o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, inúmeras proposições poderiam ser votadas para abrir estes dias com conquistas há muito cobradas por nós, mas a realidade não é essa”, apontou.

Jandira lembrou que tramita no Congresso o piso salarial para a enfermagem, categoria formada majoritariamente por profissionais femininas. “Aprová-lo é valorizar a categoria e reconhecer que saúde não se faz apenas com hospitais e postos de saúde, mas também com gente qualificada e em condições de enfrentar as duras condições impostas, especialmente nos últimos anos”, apontou.

A parlamentar salientou ainda que também há matérias que tratam do reconhecimento ao cuidado materno. “Sou autora de um deles e proponho que as mulheres com 62 anos ou mais, com filhos ou equiparados, possam se aposentar mediante o parcelamento das contribuições que faltam para atingir a carência de 15 anos”, explicou sobre o projeto em parceria com os deputados do PCdoB Alice Portugal (BA), Professora Marcivânia (AP) e o líder Renildo Calheiros (PE).

Outro ponto destacado por Jandira diz respeito às gestantes. “Avançamos quando aprovamos a lei de minha autoria (Lei 14.152) que garante prioridade de acesso nas UTIs às grávidas e puérperas, mas, lamentavelmente, a maioria da Câmara, em contrapartida, decidiu pela volta das gestantes ao trabalho presencial após a vacinação contra o coronavírus”, criticou.

Ela alertou para o fato de que há, nessa decisão, uma brecha para o retorno sem que essas mulheres estejam imunizadas. “O que queremos é protegê-las e o projeto vai na contramão deste objetivo. Já são mais de 2 mil mortes maternas exclusivamente relacionadas à pandemia, um recorde mundial que ostentamos com vergonha”, declarou.

Jandira concluiu dizendo: “o que vemos, neste início de mês, é que não faltam bons projetos, mas houve (e há) a opção do governo e de sua base por retirar um direito apenas recentemente conquistado. Por enquanto, nada a comemorar, apenas para lamentar e se indignar. Sigamos juntas, atentas e fortes”.

Fonte: PCdoB