Orientação sobre uso do SUS pode ajudar pacientes com câncer de mama

Câmara dos Deputados aprova projeto que constitui um modelo de prestação de serviços centrado no paciente, com treinos de profissionais, planejamento e cuidados com enfermo desde o diagnóstico até o início do tratamento

Congresso Nacional iluminado para a Campanha Outubro Rosa, que alerta para a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A Câmara aprovou nesta quarta-feira (9) o Projeto de Lei 4171/21, que cria o Programa Nacional de Navegação de Paciente para pessoas com câncer de mama. Essa navegação é definida como um procedimento de acompanhamento dos casos de suspeita ou confirmação de câncer por meio da abordagem individual dos pacientes, a fim de prestar orientação e agilizar o diagnóstico e o tratamento. A proposta será enviada ao Senado.

O programa constitui um modelo de prestação de serviços centrado no paciente, devendo oferecer treinamento dos profissionais de saúde ou assistência sobre a importância do planejamento e coordenação do cuidado do paciente desde o processo de diagnóstico até o início do tratamento nos serviços de oncologia.

Deverá contemplar ainda o apoio na jornada do paciente pelo sistema de saúde, abordando questões clínicas e não clínicas, com o fornecimento de informações completas sobre seus direitos.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) defendeu a aprovação da proposta, destacando que as pessoas com neoplasias têm que ter essa prioridade.

“A dificuldade para exames com a posição dos planos de saúde em relação a se constituírem barreiras para determinados procedimentos dificulta o tratamento da pessoa com câncer. Isso é muito grave, porque a ciência avançou muito, a ciência constituiu mecanismos de enfrentamento ao câncer, e nós não podemos dificultar o acesso das pessoas ao tratamento”, apontou.

Ao encaminhar o voto favorável da Bancada do partido, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) considerou “importantíssima” a iniciativa de se criar o Programa Nacional de Navegação de Paciente para pessoas com neoplasia maligna de mama.

Planejamento

Conforme o substitutivo da deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), apresentado ao projeto apresentado pela deputada Tereza Nelma (PSDB-AL), o programa terá de oferecer planejamento adequado das necessidades do paciente e identificar barreiras nos processos de diagnóstico e de tratamento.

O texto determina que o programa deverá estar integrado à Política Nacional de Atenção Oncológica do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os navegadores são profissionais treinados para facilitar a trajetória do paciente durante o seu tratamento contra o câncer, auxiliando no agendamento de exames e consultas e explicando sobre o sistema de saúde”, explicou a relatora.

Auxílio aluguel

A Câmara aprovou também o projeto de lei que inclui o pagamento de aluguéis entre as medidas protetivas para mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. O PL 4875/20 segue para análise dos senadores.

De acordo com a proposta da deputada Marina Santos (PL-PI) e outros, o juiz poderá decidir, como uma das medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, sobre a concessão de auxílio-aluguel por até seis meses e com valor fixado em função da situação de vulnerabilidade social e econômica da ofendida.

O substitutivo da deputada Lídice da Mata (PSB-BA) prevê que os recursos para o pagamento desse auxílio-aluguel virão de dotações orçamentárias do Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Urgências

O plenário aprovou ainda o regime de urgência para mais dois projetos de lei de valorização da mulher. O Projeto de Lei 4251/21 cria o Programa Nacional de Proteção e Apoio à Mulher (Promulher), que tem como objetivo captar recursos para financiar projetos de proteção à mulher vítima de violência doméstica usando mecanismos semelhantes ao da Lei Rouanet na área da Cultura.

Segundo a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), a proposta possibilitará que pessoas físicas ou jurídicas possam contribuir com programas de empoderamento das mulheres, que tragam um dinheiro a mais para as famílias e permita “que a mulher não fique à mercê de violência”.

O Projeto de Lei 1529/21 cria a Política Nacional de Valorização das Mulheres na Área de Segurança Pública. O texto propõe, por exemplo, reservar às mulheres pelo menos 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos na área de segurança pública.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados