Banco Central projeta queda de 1% no PIB em janeiro; Bolsonaro afunda a economia

Indicador do nível de atividade é divulgado em meio à desaceleração, fruto da alta da inflação e da taxa básica de juros, além da guerra na Ucrânia

Bolsonaro e Guedes agravaram a subserviência do Brasil ao sistema financeiro

A recuperação da economia brasileira em 2021 não passou de um voo de galinha. Nesta quinta-feira (17), o Banco Central (BC) informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou recuo de 0,99% em janeiro deste ano na comparação com dezembro de 2021.

A queda de quase 1% em um único mês é maior do nível de atividade desde março de 2021, quando caiu 1,67%, diante da segunda onda da pandemia. É ainda o primeiro recuo mensal do indicador desde setembro do ano passado.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2021, a economia brasileira registrou crescimento de 4,6%.

Na comparação com janeiro do ano passado, informou o Banco Central, o indicador do nível de atividade divulgado nesta quinta registrou estabilidade (+0,01%). Com a queda, porém, o índice de atividade do BC atingiu 138,48 pontos – menor patamar desde dezembro de 2020, quando estava em 138,18 pontos.

Os dados apontam para uma economia que afunda sob o governo Jair Bolsonaro. O indicador do nível de atividade é divulgado em meio à desaceleração, fruto da alta da inflação e da taxa básica de juros, além da guerra na Ucrânia – que impacta a atividade mundial.

Para este ano, o mercado financeiro estima uma alta de apenas 0,49%, com forte desaceleração em relação ao crescimento de 4,6% de 2021. Na projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional), a alta será de apenas 0,3% em 2022 e de 1,6% no próximo ano, num cenário de estagnação econômica, com risco de recessão.

O IBC-Br do Banco Central é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE. O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.

Nesta semana, a taxa atingiu 11,75% ao ano, o maior nível em cinco anos, para tentar conter a alta de preços. Os analistas das instituições financeiras estimam que a taxa subirá mais nos próximos meses, atingindo 12,75% no fim de 2022.

Com informações do G1