Prefeitos confirmam corrupção na área de Educação do governo Bolsonaro

O prefeito Gilberto Braga (PSDB), de Luís Domingues (MA), confirmou o pedido de propina em ouro por troca de liberação de recursos

Ex-ministro Milton Ribeiro (Fotomontagem feita com as fotos de: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr; Marcos Oliveira/Agência Senado)

Três prefeitos confirmaram nesta terça-feira (5), na Comissão de Educação do Senado, o esquema de corrupção envolvendo pastores que aturam, paralelamente, na gestão do ex-ministro Milton Ribeiro para liberar verbas da pasta da Educação. O prefeito Gilberto Braga (PSDB), de Luís Domingues (MA), confirmou o pedido de propina em ouro por troca de liberação de recursos.

Os encontros teriam ocorrido entre março e abril de 2021. Segundo os relatos, o modus operandi era parecido. Primeiro, os prefeitos eram recebidos em um encontro com o MEC, com a presença de Ribeiro, e, depois, levados pelos pastores Gilmar Santos (foto) e Arilton Moura para restaurantes onde as propostas eram feitas.

Segundo Gilberto Braga, seu encontro teria ocorrido no dia 7 de abril de 2021, em Brasília, na presença de 20 a 30 prefeitos. Moura teria abordado Braga diretamente para saber quais demandas ele teria para o MEC e, “sem pedir segredo”, requereu R$ 15 mil e 1 kg de ouro para protocolar os pedidos.

“O pastor estava sentado na mesa no Ministério da Educação e, em seguida, fomos para o almoço. Nesse almoço, que não estava o ministro, só estavam os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, e 20 a 30 prefeitos. A conversa lá era muito aberta. Ele [Arilton] virou para mim e disse: ‘Cadê suas demandas?’. Eu apresentei minhas demandas para ele e ele falou rapidamente: ‘Você vai me arrumar R$ 15 mil para protocolar suas demandas e, depois que o recurso tiver empenhado, como sua região é de mineração, você vai me trazer 1 kg de ouro’. Eu não disse nem que sim nem que não e me afastei”, relatou Braga.

Além de Braga, confirmara o esquema José Manoel de Souza, de Boa Esperança do Sul (SP); e Kelton Pinheiro, de Bonfinópolis (GO).

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento convidando os prefeitos, qualificou o esquema de corrupção de “chinfrim”, “cínico”, “nojento” e “vulgar”. Ele louvou a “coragem” dos prefeitos que vieram a público relatar as conversas que tiveram com os pastores.

Com informações do UOL e Agência Senado

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