Rússia acusa Ucrânia de tentar frustrar negociações de paz

O chanceler russo, Sergei Lavrov, assegurou hoje que a recusa das autoridades de Kiev em discutir a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia não contribuiria para o processo de negociação.

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov

O ministro das Relações Exteriores russo enfatizou que o curso das negociações pode ser afetado se a delegação ucraniana continuar afirmando que são necessários alguns passos adicionais de Moscou e continuar se recusando a discutir as tarefas de desnazificação e desmilitarização.

Nesta terça-feira (5), em entrevista coletiva, o presidente ucraniano, Voladimir Zelensky, afirmou que as negociações com Moscou vão continuar, mas alertou que não vai discutir a desmilitarização e desnazificação de seu país, condições exigidas pela Rússia para o fim das ações militares.

Lavrov expressou que outros obstáculos ao diálogo bilateral estão ligados à recusa das autoridades ucranianas em restaurar os direitos da língua russa, os direitos da população de língua russa e enfrentar os problemas com a nazificação de todas as áreas da vida do país.

Armação em Bucha

Lavrov alertou que o motivo da provocação na cidade ucraniana de Bucha é a tentativa de inviabilizar as negociações entre Moscou e Kiev, informou a agência de notícias TASS.

“Tendemos a pensar que o motivo está no desejo de encontrar um motivo para frustrar as negociações em andamento, e fazê-lo no momento em que, como dizem, apareceu uma luz, não muito brilhante, mas ainda assim uma luz”, disse ele. disse. O chefe da diplomacia russa deu como exemplo que a provocação em Bucha ocorreu quando Kiev pela primeira vez colocou no papel as possíveis disposições de paz em relação a Crimeia.

Ele observou que a comunidade internacional deve saber que a Rússia está disposta a trabalhar honesta e sistematicamente na mesa de negociações com a Ucrânia.

O Ministro das Relações Exteriores exortou aqueles que lideram as ações em Kiev a assumirem a sua responsabilidade pela segurança na Europa e pelo futuro da ordem mundial, para garantirem que todos os princípios da Carta das Nações Unidas sejam aplicados na prática.

Imagens de corpos caídos nas ruas de Bucha, alguns com as mãos amarradas, foram divulgadas na noite de sábado (2). A este respeito, o assessor do gabinete do Presidente da Ucrânia, Mikhail Podoliak, declarou que os civis “estavam desarmados”, “não representavam qualquer ameaça” e “foram mortos a tiros por soldados russos”.

No domingo (3), o Ministério da Defesa russo considerou as imagens uma provocação e denunciou que se trata de uma encenação criada para a mídia ocidental.

Ele esclareceu que todos os soldados russos deixaram aquela cidade em 30 de março, enquanto as imagens foram transmitidas quatro dias depois, depois que membros do Serviço de Segurança ucraniano e da televisão local chegaram à cidade.

De acordo com a entidade militar russa, os fatos “confirmam irrefutavelmente que as fotos e vídeos de Bucha são mais uma encenação do regime de Kiev para a mídia ocidental, como aconteceu em Mariupol com a maternidade, assim como em outras cidades”.

Fonte: Prensa Latina