Dieese: Cesta básica fica mais cara em todas as capitais
O morador de São Paulo, cuja remuneração equivale ao salário mínimo de R$ 1.212,00, precisou trabalhar durante 138 horas e 10 minutos somente para comprar os alimentos em março de 2022.
Publicado 07/04/2022 15:56 | Editado 07/04/2022 17:50
O preço médio da cesta básica aumentou em todas as 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de acordo com estudo divulgado nesta quarta-feira (6).
A maior variação foi registrada no Rio de Janeiro, com alta de 7,65%. Em seguida vieram Curitiba, São Paulo e Campo Grande, com aumentos de 7,46%, 6,36% e 5,51%, respectivamente. A menor variação foi registrada em Salvador, que marcou 1,46%.
Em valores absolutos, a cesta mais cara foi encontrada em São Paulo. O preço médio na capital paulista chegou a R$ 761,19. Em segundo lugar, Rio de Janeiro com R$ 750,71. O preço médio mais baixo foi encontrado em Aracaju – R$ 524,99.
“O morador de São Paulo, cuja remuneração equivale ao salário mínimo de R$ 1.212,00, precisou trabalhar durante 138 horas e 10 minutos para adquirir a cesta básica em março de 2022. Em fevereiro de 2022, o tempo de trabalho necessário foi de 129 horas e 54 minutos e, em março de 2021, de 125 horas e 12 minutos”, diz a pesquisa.
Feijão, pão francês, farinha de mandioca e óleo de soja foram itens que registraram aumento de preços em todas 17 capitais pesquisadas.
Com base na cesta mais cara do país, a paulista, o Dieese calcula que o salário mínimo deveria ser de R$ 6.394,76 no mês de março para custear o consumo básico – que também inclui outros itens como transporte e moradia – de uma família de três pessoas. O valor representa 5,28 vezes o atual mínimo oficial, de R$ 1.212,00.
Assim, o percentual da salário mínimo consumido – tendo ainda como parâmetro a cesta mais cara – para aquisição de uma cesta básica também aumentou: “Considerando o salário mínimo líquido, em março de 2022, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 67,90% da remuneração para adquirir os produtos de uma cesta básica, suficiente para alimentar um adulto durante um mês.
Em fevereiro de 2022, o percentual foi de 63,83% e, em março de 2021, ficou em 61,52%”, afirma o Departamento.
Fonte: Portal Reconta Aí