Manifestações pelo país reúnem milhares contra Bolsonaro e a inflação

Frente reunindo múltiplas entidades realiza manifestações contra Bolsonaro por cerca de 80 cidades do país, protestando contra aumentos de combustíveis e alimentos.

Protesto em Salvador em foto de Uise Epitácio

Neste sábado, 9 de abril de 2022, atos políticos foram convocados pelo Brasil para protestar contra o governo Bolsonaro em pelo menos 80 cidades. Os protestos Bolsonaro Nunca Mais foram organizados pelas Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, que reúnem entidades como o MTST, MST, Marcha Internacional das Mulheres, sindicatos e partidos de esquerda.

A manifestação também protestava contra a piora das condições econômicas com aumentos de gás, combustíveis e alimentos. Mas as críticas ao desmonte das políticas de proteção social, como a Previdência e os direitos trabalhistas, levou a maioria dos manifestantes a defender a candidatura do ex-presidente Lula, imagem que era carregada por muitos manifestantes.

Em São Paulo, o caso de som citava 30 mil pessoas ocupando os três quarteirões lotados que atravessaram o centro histórico. Alguns manifestantes carregavam miniaturas de botijões de gás, e outros carregavam pedaços de osso na mão, numa referência ao aumento do custo dos alimentos e combustíveis.

“Para o PCdoB, o caminho da mudança e reconstrução do Brasil se chama Lula”, disse o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), no alto do carro de som.

Mesmo políticos e partidos que divergem das políticas do PT, defenderam a candidatura de Lula como alternativa à crise que o país vive sob Bolsonaro.

“Nesse momento, não tem outra saída. É preciso unir forças. A candidatura que tem maior possibilidade [de tirar Bolsonaro] é a de Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o deputado federal Ivan Valente, do PSOL-SP, no carro de som.

O líder do MTST e pré-candidato a deputado federal pelo PSOL, Guilherme Boulos, fez discurso no mesmo sentido, dizendo que o país vai tirar o governo autoritário de Bolsonaro e eleger Lula.

A concentração em São Paulo aconteceu às 14h na Praça da República e os manifestantes se movimentaram em direção ao Largo São Francisco. No Centro do Rio de Janeiro, a concentração aconteceu na região da Candelária e depois os grupos seguiram pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, também no Centro. Houve mobilização também em Rio das Ostras, Região dos Lagos, a 160km da capital.

Na Bahia, estudantes se concentraram para o ato no Campo Grande e seguiram rumo ao Farol da Barra, na capital Salvador. Com cartazes que ressaltam a alta da cesta básica e os cortes na ciência, eles pedem a saída do presidente Jair Bolsonaro da Presidência.

Na concentração final, no Largo São Francisco, o líder do MTST Guilherme Boulos fez um discurso relembrando a importância do local como palco de manifestações contra a ditadura militar, falando também de suas vítimas e da apologia que o governo Bolsonaro faz a esse período.

Em Maceió, na praça dos Martírios, participaram na manhã deste sábado (9), do ato contra o governo, entidades partidárias e sindicatos. Segundo o professor universitário, Basile Christopoulos, a principal pauta do ato é contra as denúncias recentes de corrupção no Ministério da Educação e a alta inflação no preço dos alimentos.

Em Belo Horizonte, o grupo se concentrou na Praça Afonso Arinos, no Centro da capital mineira, às 9h30. De lá, eles percorreram ruas da região entoando palavras de ordem e pedindo a saída do atual chefe do Executivo federal.

Confira abaixo, pelo olhar da UNE, algumas manifestações pelo país:

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