USP e Prefeitura de São Paulo se unem para promover a descarbonização da cidade
O engenheiro Marcelo Zuffo fala sobre a parceria entre a Prefeitura de São Paulo e a USP para atingir tal meta, o que implica ações e programas para aprimorar as rotas tecnológicas e o enfrentamento à alteração climática
Publicado 10/04/2022 10:55
A Prefeitura de São Paulo faz parceria com a USP para promover a descarbonização da cidade. Com a participação da Escola Politécnica, o projeto implica uma série de ações e programas, aliando ciência e governança, para aprimorar as rotas tecnológicas e o enfrentamento à alteração climática. Visto que as cidades precisam do apoio de seu governo para atingir a meta de carbono zero, o Estado de São Paulo implantou plataformas tecnológicas e melhores práticas para descarbonização de cidades, e o investimento continua sendo uma necessidade intransponível para implementar esses programas. Em entrevista, o professor Marcelo Zuffo, do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica (Poli) da USP, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Poli e que lidera o grupo de professores responsável pelo projeto no Centro Inova USP, explica o programa.
O projeto Cidade Universitária e Cidade de São Paulo – Rumo ao Carbono Zero aborda ideias que estão presentes na Universidade há muitos anos, segundo o professor. Ele conta que o campus Butantã da USP tem essa peculiaridade de um adensamento de uma cobertura vegetal muito grande, o que é muito interessante no contexto da cidade de São Paulo. “Há muitos anos se desenvolve essa ideia dos campi da Universidade de São Paulo se transformarem em laboratórios de experimentação vivos voltados para a melhoria da população”, descreve Zuffo.
Importância do campus
“Nós descobrimos que há no campus da cidade de São Paulo florestas urbanas tropicais, com a preservação da floresta de mata atlântica. Em paralelo, a USP desenvolve várias tecnologias relacionadas com a descarbonização, por exemplo, os professores vêm atuando na área de hidrogênio verde, economia circular e tecnologia de sensores para reduzir gás carbônico”, relata o professor. Zuffo comenta a importância do alinhamento entre a Universidade e a Prefeitura.
A descarbonização está relacionada com um processo coletivo nesta cidade, na redução da pegada de carbono para amenização dos impactos das mudanças climáticas. “O foco mais importante é o plano comportamental da população, e a USP deve dar o exemplo. Temos que contar com toda a comunidade uspiana em todos os aspectos, a fim de diminuir a nossa pegada de carbono por um futuro melhor neste planeta”, afirma o professor.
É necessária a criação de práticas que levem a indicadores apoiados na ciência, de acordo com o professor. “Não podemos nos apoiar apenas no poder público e na ciência, como cidadãos, devemos mudar o comportamento. Os princípios da USP, como a inovação, a sustentabilidade e a inclusão, devem ser ativados para viabilizar ideias para uma cidade melhor para os nossos filhos e netos. Do ponto de vista da perspectiva da inovação, é importante que esses movimentos sejam coletivos e de formação de opinião pública e de aspectos técnicos, por exemplo: o aumento da cobertura vegetal com diversidade e o aumento do número de painéis solares.”
Edição de entrevista à Rádio USP
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A partir de 2019, esse governo nega a ciência promovendo uma política externa e interna contra o assunto. São tantos os exemplos que confirmam o caráter antidemocrático, negacionista e atrasado desse governo que os impasses são colocados em várias instâncias.