Obrador tem 90% de apoio popular em consulta inédita no México

O referendo convocado neste domingo (10/04) pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), para verificar se a população apoiava sua permanência no cargo até o fim do mandato, mostrou que 91,9% dos eleitores respaldam seu governo. 

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Apenas 6,5% dos que foram votar disseram ser favoráveis à saída antecipada do mandatário.

No entanto, a consulta pública teve um quórum de apenas 17,2% dos mais de 92 milhões de cidadãos mexicanos que compõem a Lista Nominal de Eleitores, abaixo dos 40% exigidos pela Constituição para que o pleito seja válido. Porém, seja qual for o resultado, o pleito não era vinculativo, ou seja, o ocupante da Presidência não precisaria seguir a decisão da população. Por isso, a oposição criticava a iniciativa como mera propaganda para o governo.

“O povo agiu com muita responsabilidade, eram milhões de mexicanos. Estamos diante de um acontecimento histórico, é algo inédito, pela primeira vez é feita uma consulta aos cidadãos para que possam decidir sobre o governo do presidente”, disse Lopez Obrador.

Ele afirmou que o referendo foi um “exercício democrático histórico”. “A democracia deve ser uma forma de vida, um hábito das e dos mexicanos para que ninguém se sinta absoluto. O povo é quem manda”, escreveu em sua conta no Twitter.

O mandatário ainda postou um vídeo sobre o resultado das urnas e garantiu que não fará uma reforma que permita sua permanência no cargo. “Sou um democrata e não sou a favor da reeleição. Nós vamos terminar a nossa obra de transformação em 2024”, pontuou. 

A possibilidade de criar um referendo para checar o apoio da população ao presidente foi implementada em setembro de 2021. A medida permite que a consulta seja feita a partir da metade do mandato presidencial que, no México, tem duração de seis anos.

Boicote

O presidente conselheiro do Instituto Nacional Eleitoral do México (INE), Lorenzo Córdova, disse que, apesar dos obstáculos que foram impostos, o INE fez boas contas da organização desta jornada, desenvolvida com um rigor técnico que permitiu garantir um voto nas urnas aos 92,8 milhões de mexicanos. Ele se refere ao número reduzido de colégios eleitorais atingidos pela distribuição de urnas.

Na sua tradicional conferência de imprensa no Palácio Nacional, o presidente reiterou que no processo de consulta de revogação de mandato, o Instituto Nacional Eleitoral (INE) realizou uma tentativa de boicote.

“Deve-se levar em conta que nem todos os estandes foram instalados, um terço deles foi instalado (…). Digo isto porque os nossos adversários dizem que não conseguimos nem metade dos votos que conseguimos, sim, apenas com um terço das sondagens e com todas as armadilhas ou boicotes do INE.

Com informações da Ansa e da Telesur.