Mais de 300 entidades organizam a Conferência Popular pelo Direito à Cidade

É preciso, urgentemente, superar a agenda atual, de privatização e mercantilização das cidades e da infraestrutura urbana

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Mais de 300 organizações assinaram o manifesto de convocação da Conferência Popular pelo Direito à Cidade. Entre seus objetivos destacam-se a necessidade de construir, democraticamente, uma plataforma de lutas urbanas voltada para o combate à desigualdade social e à predação ambiental; participar da redemocratização do país por meio de uma articulação nacional de agentes, atores e entidades vinculados à vida urbana e produção das cidades, buscando destacar a questão urbana na agenda política que será implementada no Brasil no próximo período.

A Conferência é uma oportunidade ímpar de se reafirmar a cidade como construção social, superando a visão da cidade como mercadoria, debatendo e apontando propostas e experiências de democratização dos espaços urbanos, nas áreas da regularização fundiária, moradia, saneamento e mobilidade urbana, mas também no sentido de transformar as cidades em espaços mais democráticos e acolhedores para todos, em especial para as mulheres, povo preto e população LGBTQIA+.

A construção da Conferência Popular do Direito à Cidade foi precedida por centenas de eventos preparatórios. Estes encontros debateram diversas questões que serão reafirmadas na etapa final da Conferência. A agenda prevê a abertura do evento com ampla marcha pelo direito a cidade, na tarde de sexta-feira, dia 3 de junho. A abertura acontecerá na noite deste mesmo dia na Faculdade de Direito da USP. A agenda segue no sábado com diversas oficinas temáticas e no domingo será o encerramento da Conferência com aprovação dos documentos e encaminhamentos.

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É preciso, urgentemente, superar a agenda atual, de privatização e mercantilização das cidades e da infraestrutura urbana. Há um consenso de que é impossível avançar na agenda urbana com o país dirigido por Bolsonaro e seu aliados. Os encaminhamentos devem apontar propostas e a agenda urbana para o processo eleitoral de 2022, mas também já mostram a necessidade de fortalecimento de uma agenda urbana que se mantenha forte e articulada independente dos processos eleitorais, reafirmando e apontando políticas de Estado e não somente políticas de Governo.

Entre as entidades organizadoras se encontram redes como Fórum Nacional da Reforma Urbana, BR Cidades, Movimentos Populares ligados a pauta urbana como CONAM, MTST e CMP.

Programação da Conferência Popular do Direito à Cidade

Sexta 3/06
10h00 às 19h00 – Credenciamento – Faculdade de Direito da USP
– Largo São Francisco, 95 – Centro
14h00 – Marcha pelo Direito à Cidade
– Largo do Paissandu
18h00 – Abertura – Faculdade de Direito da USP
– Largo São Francisco, 95 – Centro

Sábado 4/06
9h00 às 12:30 h – Oficinas Temáticas
– Diversos locais no centro de São Paulo (verificar mapeamento)
12h30 às 14h00 – Intervalo para Almoço (Horário Livre)
14h00 às 17h00 – Continuidade das oficinas temáticas
– Diversos locais no centro de São Paulo (verificar mapeamento)
9h00 às 12h00 – Continuidade do credenciamento no Instituto Polis
 Rua Araújo, 124 – República
18h00 – Festa dos 35 anos do Polis, com roda de samba
Instituto Polis – Rua Araújo, 124 – República

Domingo 5/06
9h00 às 14h00 – Plenária de apresentação das propostas das oficinas e de aprovação do documento final da Conferência
Sindicato dos metalúrgicos de São Paulo – R. Galvão Bueno, 782 – Liberdade

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